A experiência de ter câncer de mama aos 38 anos e com dois filhos pequenos levou a paranaense Juliana Vermelho Martins, hoje com 45, a registrar no papel a sua vivência. Autora do livro infantil “Mamãe tá careca”, ela escreveu a história sob a ótica de duas crianças que convivem com a mãe em tratamento contra o câncer “A inspiração é minha história, mas os diálogos acontecem de forma a tentar imaginar as coisas do ponto de vista das crianças”, explica.

O enredo é sobre como dois filhos pequenos lidam com a doença da mãe. Eles passam por várias brincadeiras e um mundo de fantasias para tentar contornar o problema. Em um dos momentos, as crianças fingem estar em um laboratório, criando um remédio que mude a aparência das pessoas para que a mãe volte a ter os cabelos.

Ajuda

Segundo Juliana, o objetivo do livro é ajudar mulheres que passam pelo problema a contar para os filhos, de forma que o sofrimento seja amenizado. “A criança se sente mal ao ver a mãe naquela situação, mas, às vezes, ela ainda não tem vocabulário para colocar para fora. O adulto tenta esconder as informações para proteger a criança, mas o ideal é que ela compreenda o que está acontecendo”. O livro, todo ilustrado, é voltado para crianças a partir do 5º ano.

Descoberta

A autora descobriu o câncer por acaso. Ao coçar o braço, ela sentiu um caroço na mama e procurou auxílio médico. Após vários exames o tumor foi constatado. Juliana fez mastectomia (retirada do seio) e depois passou por sessões de quimioterapia por cerca de dez meses.

No segundo dia após descobrir que estava com o câncer, ela reuniu os filhos, na época com 3 e 7 anos, e contou, sempre fazendo as crianças participarem daquele momento. “Eu falei que havia ido ao médico e tinha uma bolinha no meu seio que eu teria que tirar, fazendo uma cirurgia. Quando eu fui fazer a quimioterapia, disse que ia começar a tomar alguns remédios e que meu cabelo poderia cair”, lembra.

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