Ciência e tecnologia

Macaúba ganha impulso como biocombustível para aviação com tecnologia mineira

Inovação reduz tempo de germinação e atrai investimentos

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 22/10/2025 às 10:24.
Pesquisa desenvolvida na Unimontes abre caminho para uso econômico e sustentável de planta abundante no Norte do estado (Júlia Rodrigues / Fapemig)
Pesquisa desenvolvida na Unimontes abre caminho para uso econômico e sustentável de planta abundante no Norte do estado (Júlia Rodrigues / Fapemig)

Uma tecnologia pioneira desenvolvida na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) está impulsionando o uso da macaúba, palmeira nativa do Cerrado, como uma promissora fonte de biocombustível para a aviação civil. A inovação, fruto de mais de 15 anos de pesquisa, permite o cultivo comercial da macaúba em larga escala, inclusive em áreas degradadas.

O grupo de pesquisa, coordenado pelo professor Leonardo Ribeiro e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), desenvolveu no Laboratório de Reprodução Vegetal um protocolo capaz de reduzir de dois anos para apenas duas semanas o tempo de germinação das sementes da palmeira.

"Nosso grupo estuda tecnologias para favorecer a germinação e a produção de mudas em larga escala. Dessa forma é possível a implantação de cultivos e a expansão da cultura que tem sido interesse de empresas e da iniciativa pública", explica o professor Leonardo Ribeiro.

Transferência de tecnologia e investimentos

Os resultados da pesquisa deram origem a uma patente registrada pela Unimontes em 2013 e concedida em 2018. Em 2023, a patente foi transferida à Acelen Energia Renovável, uma multinacional do setor energético, em um acordo que envolve o pagamento de *royalties* à universidade.

A parceria gerou investimentos superiores a $\text{R}\$ 300 \text{ milhões}$ e o projeto total da empresa prevê aportes de até $\text{R}\$ 3 \text{ bilhões}$ em plantios e unidades de beneficiamento, fortalecendo a macaúba como matéria-prima estratégica para a produção de bioquerosene de aviação.

O acordo resultou na instalação, em Montes Claros, do maior centro de inovação do mundo para pesquisas com macaúba, que utiliza a tecnologia da Unimontes para produzir até 10 milhões de mudas por ano.

"O coco macaúba já servia como fonte de renda para muitas famílias no Norte de Minas, mas ainda havia muito a ser explorado do potencial econômico desse pequeno fruto. Nós hoje só estamos conseguindo descobrir isso graças aos investimentos em ciência e tecnologia, em uma pesquisa realizada na região e que leva desenvolvimento para a população local", destaca o secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Bruno Araújo.

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