Vinte e duas empresas autorizadas para estocar, fabricar ou manusear explosivos foram autuadas por apresentarem falhas de segurança e contabilidade para gerir o material. Outras 77 empresas foram vistoriadas durante a operação Forças de Minas, que pretende combater roubos e extravios de explosivos e ataques a caixas eletrônicos no estado.
A fiscalização foi realizada por uma força tarefa montada pelas secretarias de Estado de Defesa Social e da Fazenda, polícias Civil e Militar, Exército e Ministério Público de Minas Gerais. Foram apreendidos 181 volumes de explosivos encartuchados e em gel (que se assemelham a bananas de dinamite), 40 quilos de explosivo granulado, 100 metros de estopim, 1.016 metros de cordel detonante, 214 quilos de ANFO (explosivo utilizado na mineração e construção civil) e 680 espoletas. Duas pessoas foram presas em flagrante.
Cassação
Dez das 22 empresas autuadas ultrapassaram um máximo de oito ocorrências e podem de ter a autorização para trabalhar com explosivos cassada. “Uma delas fica em Nova Era e chegou a ser lacrada. Se adequou mas apresentou problemas mais uma vez. Ela foi, inclusive, assaltada esse ano. Essas são empresas sem mão de obra especializada. Cabe ao comando logístico do Exército em Brasília decidir a punição”, disse o comandante do Estado Maior da 4ª Região Militar do Exército, Coronel Oriente Filho.
Investigações continuam
Apesar da primeira fiscalização concluída, as investigações sobre roubos e extravios de explosivos prosseguem em Minas. Foram visitadas 46 cidades. Os fiscais envolvidos percorreram 13 mil quilômetros. Os explosivos são os principais materiais utilizados nos 202 ataques a caixas eletrônicos no estado em 2012. O Departamento de Investigações Contra Crimes de Patrimônio (Depatri) apura o envolvimento de funcionários das empresas fiscalizadas e possíveis quadrilhas. “A força tarefa é para combater a raiz do crime e faremos mais visitas. Precisamos saber de onde saem o produto para os ataques. E isso nos ajuda saber se existem pessoas envolvidas. Estamos investigando em sigilo”, disse Márcio Nabak, chefe do Depatri.