Mais de R$ 340 mil são jogados no "lixo" por prefeitura de Santa Luzia

Rosildo Mendes - Hoje em Dia
Publicado em 26/04/2013 às 10:43.Atualizado em 21/11/2021 às 03:11.

Um investimento de R$ 342 mil na rede municipal de ensino de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, virou desperdício. Em 2011, a prefeitura adquiriu 28 lousas digitais com a promessa de aumentar a qualidade de ensino. Porém, a atual gestão levou os equipamentos para o almoxarifado, sem perspectiva de voltar a utilizá-los.

O motivo é a suspeita de superfaturamento de um contrato de manutenção, assinado na gestão anterior, que consumia R$ 134 mil mensais dos cofres de Santa Luzia. Quem venceu a licitação na época foi a empresa Ensino Mais Fácil Tecnologia Ltda, do Rio de Janeiro.

A mesma empresa forneceu os “quadros negros eletrônicos”, além de projetores multimídia, bases móveis e sistemas de som. O serviço de manutenção foi cancelado em janeiro.

O valor da compra das lousas digitais (R$ 342 mil) também pode ter sido superfaturado. Em pesquisa no varejo feita pelo Hoje em Dia, nos dias 18 e 19 de abril, constatou-se que os mesmos equipamentos sairiam por R$ 157 mil, ou menos da metade do valor contratado há dois anos.

Outra justificativa para a remoção dos aparelhos é que havia apenas uma lousa em cada escola. Ou seja, os aparelhos não beneficiavam todo o universo de 17.800 alunos, pois há mais de 20 turmas em cada unidade.

Denúncia

A atual gestão da Prefeitura de Santa Luzia informou que está recolhendo vários documentos que indicam supostas irregularidades na administração passada para denunciar ao Ministério Público Federal. A reportagem tentou falar com o ex-prefeito Gilberto Dornelles (PMDB), desde o início da semana, mas ele não atendeu às ligações.

Professores e diretores estão revoltados. Os equipamentos, afirmaram, ainda eram úteis no dia a dia, pois nunca apresentaram defeito. Eles denunciam também o recolhimento de materiais escolares que deveriam ter sido doados aos alunos, como uniformes, cadernos, tênis e bolsinhas de lápis.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, parte do material apresentava pequenos defeitos, e o que sobrou era insuficiente para novas distribuições.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por