Medicamentos usados em UTIs podem começar a faltar em dois dias, alerta médico intensivista

Maria Amélia Ávila
mvarginha@hojeemdia.com.br
21/03/2021 às 17:19.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:28
 (Tatiana Fortes/Ascom Gov. Ceará)

(Tatiana Fortes/Ascom Gov. Ceará)

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Belo Horizonte já estão com estoques baixos de medicamentos e insumos para o tratamento de pacientes graves de Covid-19. Durante entrevista transmitida pelo Instagram do Hoje em Dia, na tarde deste domingo (21), o diretor da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti), Leandro Braz de Carvalho, disse que já existem hospitais da capital fazendo controle do uso dos materiais na tentativa de evitar o desabastecimento. “Existem estoques estaduais, estoques municipais, de cada hospital, de cada unidade, em alguns lugares têm estoque até 14 dias e em outros pode faltar em dois dias”.

Essa situação, inclusive, é um dos desafios para a ampliação do número de leitos em todo o país, somada à questão da mão de obra escassa, acrescenta o médico intensivista. Leandro Braz de Carvalho informou que já existem negociações com fornecedores e o Ministério da Saúde para aumentar o fornecimento de insumos, como medicamentos e kits para intubação, mas, a produção nem sempre acompanha a velocidade da necessidade de uso.

Para o diretor da Somiti, a decisão do governo federal em requisitar todos os estoques para o Sistema Único de Saúde (SUS) vai impactar diretamente as UTIs nas unidades privadas, que são responsáveis pela metade do atendimento dos pacientes de Covid-19.

Por nota, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) informou que os estoques de anestésicos e outras medicações utilizadas no tratamento de pacientes com Covid-19 estão abastecidos e o monitoramento é feito diariamente. A prefeitura é responsável pela gestão dos hospitais Metropolitano Dr. Célio de Castro e Odilon Behrens, das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e dos centros de saúde.

Também por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que, em virtude da pandemia de Covid-19, houve aumento do consumo de medicamentos utilizados em terapia intensiva - mais especificamente de itens necessários à intubação de pacientes - indicando cenário de escassez noticiado em várias regiões do país. "Por esta razão, a SES-MG realiza levantamentos periódicos de estoque dos medicamentos que compõem o kit intubação junto aos prestadores, para monitoramento e adoção de medidas para auxílio às unidade hospitalares no tocante ao abastecimento", complementou.

A pasta disse, ainda, ter feito "planejamento extraordinário para aquisição de itens de uso hospitalar de terapia intensiva e está em contato constante com o Ministério da Saúde, o qual também está fazendo aquisição desses medicamentos e distribuindo aos estados. m relação à aquisição de gases medicinais, vale ressaltar que este item é de gestão de casa unidade hospitalar. No que se refere especificamente aos hospitais sob a gestão da Secretaria, por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), os mesmos não apresentam risco de desabastecimento até o momento".

Acompanhe a entrevista na íntegra. 

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