Médicos da rede municipal ameaçam greve por 'falta de segurança' nas unidades de saúde
Categoria afirma que fará paralisação dos atendimentos caso a prefeitura leve adiante o plano de retirar agentes da Guarda Municipal dos centros de saúde
Médicos da rede SUS-BH ameaçam entrar em greve na capital por conta da falta de segurança nas unidades, caso a prefeitura leve adiante o plano de retirar agentes da Guarda Municipal dos centros de saúde. Uma votação será realizada nesta quinta-feira (21) para definir se haverá ou não a paralisação.
A medida da PBH previa a saída dos guardas de quase 90% das 153 unidades, mas foi suspensa na terça (19) após pressão dos médicos. A categoria, no entanto, afirma que a prefeitura já teria “tomado a decisão” de retirar os agentes dos centros de saúde e somente “recuou” em um primeiro momento.
Segundo André Christiano dos Santos, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed-MG), a classe cobra mais segurança. O profissional afirma que a retirada da Guarda Municipal das unidades é um “retrocesso”.
“Chamamos a assembleia e temos um indicativo de paralisação, mas houve um recuo por parte da PBH na retirada da guarda. No entanto, nos afirmaram que isso é um recuo momentâneo, que a decisão está tomada e a guarda será retirada. Queremos entender em que termos isso vai acontecer. Precisamos fazer uma discussão com a categoria”, destaca.
O presidente do Sinmed destaca ainda que, para retirar a guarda dos centros de saúde, a PBH deveria apresentar um plano para garantir a segurança dos profissionais. Ele lembra que muitas unidades não têm “sequer um porteiro” para ser a “linha de frente” dos locais.
“A simples retirada da guarda com o argumento de que os guardas estão parados sem fazer nada, não é válido para nós. A PBH precisa apresentar um plano. Quem vai substituir a guarda? A PBH vai contratar uma empresa de segurança privada?”, questiona André Christiano.
Damião diz que ainda não tem data para retirar guardas dos centros de saúde
Durante uma agenda nesta quarta, o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), foi questionado sobre a retirada da guarda dos centros de saúde. O prefeito afirmou que ainda não há uma data. Segundo o chefe do Executivo, a maioria dos problemas nas unidades da rede municipal é “relacionado ao estresse” e não por falta de “policiamento”.
“Pessoas que chegam estressadas para serem atendidas e aí acaba gerando algum tipo de problema. Mas, para resolver esse problema, não significa que tem que ser um guarda ou um policial. É isso que estamos estudando. Mas não temos uma data para isso”, afirmou o prefeito.
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