Menina sequestrada por pai nigeriano já está com a mãe e chega ao Brasil nesta sexta

Daniele Franco
21/06/2019 às 14:50.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:12
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

A pequena Atinuke Pires Akinruli, de 9 anos, sequestrada pelo pai e levada para a Nigéria em janeiro deste ano, já está a caminho de casa. De acordo com a advogada Isabel Carolina Lisboa, que atua na defesa da mãe, a psicóloga mineira Laurimar Pires, a criança já está junto da mãe desde a última segunda (17) e as duas devem pousar em Guarulhos, em São Paulo, na noite desta sexta-feira (21).

Michel Olusegun Akinruli, pai de Atinuke, foi preso no país africano também na segunda-feira após se entregar às autoridades locais. Isabel, em entrevista ao Hoje em Dia, contou que o homem havia fugido quando saiu a ordem de prisão contra ele, em maio deste ano, e só reapareceu porque a irmã dele, tia da criança, foi presa na quinta-feira (13) por ter ajudado no sequestro.

"Ele se entregou para evitar que a irmã continuasse presa, aí apareceu com toda a família", detalhou a advogada. Isabel contou, ainda, que Akinruli teve que assinar um documento autorizando o retorno da criança ao Brasil com a mãe para não ser encaminhado a uma penitenciária.

No entanto, segundo Isabel, mesmo tendo sido preso na Nigéria, ele continua com status de foragido no Brasil. Aqui, contra ele, correm processos pelos crimes de abdução de incapaz e falsificação. Agora, com a volta da menina, a diferença é que cessou a continuidade do crime, segundo explicou a advogada.

Atinuke e Laurimar, de segunda até esta sexta-feira, quando embarcaram de volta ao Brasil, ficaram sob a responsabilidade do consulado brasileiro em Lagos, capital da Nigéria. 

Entenda

O caso do sequestro de Atinuke veio à tona em fevereiro deste ano, quando Laurimar denunciou a ação do pai da menina. De acordo com ela, Michel viajou com Atinuke graças a uma manobra jurídica que permitiu liminarmente que a menina acompanhasse o pai à Nigéria para uma viagem de férias.

"No dia 11 de janeirom ele me mandou uma mensagem comunicando que ela estava na Nigéria, e que inclusive já havia a matriculado em uma escola lá. A minha filha não é fluente em inglês, eu não sei como ela está lá, o que está fazendo, se ela está bem. Tenho uma bebezinha de 1 ano em casa que não para de perguntar sobre ela, morrendo de saudades da irmã", contou Laurimar na denúncia à época.

Laurimar e Michel tinham a guarda compartilhada de Atinuke em Belo Horizonte, onde o homem vivia há cerca de 10 anos e se apresentava como cônsul da Nigéria, o que foi negado pelo Itamaraty em fevereiro. No fim do ano passado, na véspera do recesso do judiciário, o homem conseguiu uma liminar autorizando a viagem e partiu para seu país natal. Laurimar só ficou sabendo dias depois, quando a criança já estava fora do país. 

Pouco tempo depois, o juiz que concedeu a liminar expediu um pedido de cooperação internacional para o cumprimento de busca, apreensão e retorno da criança. 

Em maio deste ano, Akinruli foi incluído na lista de procurados internacionais pela Interpol. A reportagem não conseguiu contato com o nigeriano.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por