Mesmo faltando pouco para o fim do ano letivo, ainda é possível garantir a aprovação do seu filho

Raquel Ramos - Hoje em Dia
02/12/2015 às 06:58.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:10
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

Se o seu filho está “pendurado” nas notas e você não tem ideia de como agir, saiba que ainda é possível colocar em prática estratégias que o ajudem a ter um desempenho melhor nesta reta final. Táticas para resistir às distrações e um esquema de horários de estudo são algumas das dicas para recuperar o tempo e os pontos perdidos ao longo do ano.

O primeiro passo, segundo a pedagoga Taís Bento, é forçar o cérebro a focar em uma atividade por vez. Só assim o aprendizado, de fato, ocorre. Mas em um mundo tão tecnológico, concentrar-se é um verdadeiro desafio, reconhece a especialista.

Para vencer a tentação de interromper a tarefa para dar mais uma conferida no celular, o conselho é afastá-lo de vez do campo de visão durante o estudo. De forma semelhante, todos os objetos que representem diversão devem ficar em outro cômodo.

Contando as horas

Um cronômetro à tiracolo também é bem-vindo para que o aluno saiba exatamente quantas horas estão sendo dedicadas aos livros. “O ideal é que o estudante se comprometa a concluir determinado trabalho dentro de um prazo. Depois de 30 minutos, ele pode dar uma pausa de cinco minutos, marcados no relógio”.

O intervalo não é apenas a recompensa pelo tempo de concentração. Esse momento é importante para oxigenar o cérebro, que ficará pronto para a próxima tarefa.

A preguiça de estudar – uma das reclamações que mais chegam à pedagoga Taís – também pode ser superada. A sugestão é inusitada: os pais devem dar atribuições aos filhos, além das que são passadas pela escola. “O aluno costuma ter esse problema quando está desabituado a assumir responsabilidades. Tudo lhe parece muito pesado. Ele precisa se acostumar com obrigações para perceber que estudar não é opção, mas um dever”.
 
Agenda

Uma organizada rotina de estudo também pode melhorar o rendimento, observa a supervisora pedagógica do colégio Magnum, no Buritis, Neide Torres. “Todas as atividades do dia devem ser colocadas no papel, com o horário que será dedicado a cada uma delas”. Caso contrário, a tendência é que o aluno procrastine e não faça nada produtivo.

Nessa reta final, o mais indicado é que o trabalho de otimização do tempo seja feito com orientação dos pais. À medida que os filhos ganham maturidade, adultos podem conceder autonomia para que aprendam, sozinhos, a administrar a própria agenda.

Experiente ao lidar com meninos do ensino fundamental, a rotina que a supervisora Neide sugere inclui três horas diárias de estudo para quem tem 11 e 12 anos, e quatro horas para os alunos de 13 e 14. A primeira tarefa que ela propõe é chamada de memória de aula. “De cabeça, eles escrevem tudo o que aprenderam no dia. É um estudo superficial que garante a assimilação do conteúdo”.

Em seguida, o estudante deve fazer os deveres de casa, dedicar um tempo à leitura e, por fim, estudar alguma matéria – mesmo que não haja prova em vista. Para os que não escaparam da recuperação, resumos e revisão das provas podem ser uma “mão na roda” para se dar bem nos exames.

‘Supernanny da escola’ ganha visibilidade e pode virar seriado

Nem todos os pais conseguem, sozinhos, colocar essas dicas em prática. Sabendo dessa dificuldade, a pedagoga Taís Bento, de São Paulo, teve a ideia de atuar como uma espécie de Supernanny – programa criado na Inglaterra em que uma babá vai até a casa de uma família para ensinar os adultos como disciplinar e educar os filhos.

Na versão de Taís, porém, a ideia é ajudar os pais a colocar as crianças na linha na escola. Em um canal no YouTube chamado “Socorro, meu filho não estuda”, ela começou a gravar, de forma autônoma, vídeos que mostravam a rotina de algumas famílias, que recebiam a intervenção da especialista. O retorno foi tão positivo que despertou o interesse de uma distribuidora de TV.

“Ainda não está tudo fechado, mas pode surgir uma série”, adianta a pedagoga, que também se especializou em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro e aprendizagem cooperativa, pela Universidade de Minnessota e pela Universidade de San Diego, nos Estados Unidos.

Snapchat

Percebendo que, até então, os pedidos de socorro só vinham de adultos, Taís começou a usar um perfil no Snapchat – “SOS, Tenho Prova” – para se aproximar dos adolescentes.

Em vídeos de dez segundos, dá dicas práticas diretamente aos estudantes. Cada gravação tem alcançado, em média, mil visualizações. “Cada um dos conselhos está baseado na neurociência cognitiva, uma área da ciência que estuda como o cérebro aprende”, explica.

1.000 visualizações é a média de acessos alcançada no Sanpchat dos vídeos produzidos pela pedagoga Taís Bento, com o título “SOS, tenho prova”
O site meu filhonaoestuda.com.br reúne artigos sobre o tema e há um link para que os pais enviem suas dúvidas

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