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Método criado na UFMG acelera diagnóstico de quatro tipos de dengue usando tecnologia

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 20/04/2022 às 15:48.
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

(Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Um novo método de identificação de tipos de dengue, desenvolvido pela UFMG, promete facilitar o diagnóstico da doença em pessoas infectadas. A técnica desenvolvida pelo grupo de pesquisadores ajuda na identificação de anticorpos no soro de amostras de sangue usando tecnologia. A pesquisa foi liderada pelo professor Flávio da Fonseca Guimarães, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.

A detecção de quatro tipos de dengue será facilitada com o emprego de modelo baseado em métodos numéricos. O artigo com o estudo, denominado Computational guided method applied to LSPR-based biosensor for specific detection of the four-serotypes of dengue virus in seropositive patients, foi publicado pela revista Partycle & Particle Systems Characterization.

Como funciona

Alice Versiani, pesquisadora colaboradora da UFMG e uma das autoras do artigo, explica que os métodos tradicionais de diagnóstico, como o usado nos testes de gravidez vendidos em farmácias, são baseados em fenômenos ópticos e exibem os resultados de acordo com a mudança da coloração das amostras. O método descrito no artigo, que também se baseia no fenômeno óptico de incidência de luz, traz agilidade aos resultados porque usa novo software de cálculos para a interpretação dos resultados.

"A amostra do paciente é normalmente lida em um aparelho chamado espectrofotômetro, o mesmo que faz a leitura de testes sorológicos do tipo Elisa. Colocamos essa amostra em contato com o nanossensor e a lemos no espectrofotômetro. Depois desse passo, o resultado precisa de uma interpretação que é feita pelo software", explica.

Ela ainda explica que uso de software agiliza o processo. "Para analisar uma amostra, é necessário fazer uma série de cálculos para entender se ela é positiva ou negativa para aquela doença. O método computacional apresentado no artigo consegue realizar esses cálculos mais facilmente, permitindo diagnósticos mais rápidos. Além disso, elimina os resultados falsos positivos e negativos", explica.

A pesquisadora acrescenta que a otimização do tempo para os resultados é importante no processo clínico de diagnóstico. "Imagine um laboratório com centenas de amostras para serem analisadas por um único técnico. O software elimina o tempo que seria gasto na realização dos cálculos matemáticos, mantém a precisão dos resultados e diminui o risco de erro humano", diz.

Após a publicação do artigo, a intenção do grupo de pesquisadores é que a ferramenta diagnóstica seja adaptada para exames de outras doenças. Alice Versiani afirma que o grupo pretende desenvolver um kit comercial para que as pessoas possam realizar os exames diagnósticos em casa. "Já temos a tecnologia e o método de leitura. Assim, é possível adaptar o processo para exames que possam ser feitos fora do laboratório", conclui.

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