Os metroviários de Belo Horizonte anunciaram uma nova greve a partir desta quarta-feira (14). A decisão foi divulgada na noite desta segunda-feira (12), após uma assembleia dos sindicatos da categoria.
O objetivo da paralisação é protestar contra o processo de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô da capital. O leilão está marcado para 22 de dezembro na bolsa de valores B3, em São Paulo (SP).
De acordo com Pablo Henrique, diretor da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), a paralisação "é total", sem escala mínima, e deve permanecer "até que o leilão seja suspenso".
"A greve é contra a privatização e em defesa da ampliação. O modelo de privatização atual não apresenta garantia alguma de expansão. É uma greve contra a privatização, contra esse modelo que quer doar R$ 2,8 bilhões do Governo Federal e R$ 400 milhões do governo estadual sem garantia nenhuma de expansão", afirmou o sindicalista.
Em nota, a CBTU-MG afirmou que “ainda não foi notificada oficialmente sobre a greve pelo Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro) e tomou conhecimento sobre a paralisação pela imprensa”.
“Assim que for notificada, a empresa tomará todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis, pela manutenção do transporte sobre trilhos na Região Metropolitana de Belo
Horizonte”, declarou.
"Bananaço"
Em 30 de novembro os metroviários distribuíram bananas na Praça da Estação, na região Central da capital, para protestar contra o processo de privatização. Segundo a vereadora Iza Lourença (Psol), que participou do protesto, "a privatização vai gerar passagens mais caras e mais insegurança aos usuários".
"Acontecem acidentes com frequência em outros estados onde o metrô foi privatizado. Queremos evitar isso por aqui. Precisamos lembrar também que o projeto privatista de Jair Bolsonaro (PL) perdeu as eleições e precisamos barrar este leilão que está marcado para dezembro", comentou a parlamentar na época.
Também em novembro, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) chegou a recomendar a suspensão do leilão. Porém, o Governo de Minas informou que a medida não é uma determinação e, assim, vai manter o cronograma previsto.
De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), será mantido o diálogo com o TCE-MG. A pasta considerou as recomendações "propositivas" para o aperfeiçoamento do projeto de concessão. Portanto, os atos e cronogramas vinculados ao leilão seguem valendo.
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