
Em assembleia realizada no fim da tarde desta terça-feira (13), os metroviários de Belo Horizonte decidiram manter a greve e funcionar apenas com 60% da capacidade, como determinou a Justiça.
Iniciada em 25 de agosto, há cerca de três semanas, a paralisação, segundo os metroviários, é motivada pelo processo de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô de BH.
“Não é momento de recuo. Estamos defendendo a mobilidade da população, os nossos empregos e as empresas públicas, que foram construídas com dinheiro do povo. Não podemos entregar de mão beijada à iniciativa privada”, afirma Pablo Henrique, diretor de comunicação do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro).
Uma liminar concedida pela Justiça à CBTU dois dias após o início da greve obrigou os trabalhadores a manterem o funcionamento do metrô com 60% da capacidade.
O Sindmetro afirma que, desde então, a empresa está descumprindo o acordo e funcionando acima da capacidade estipulada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Em nota, a CBTU declarou que "a greve é motivada pela falta de respostas sobre o futuro dos mais de 1500 empregados públicos no processo em andamento de desestatização".
A CBTU também destacou que "o processo de desestatização está sendo conduzido pelos Ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional e as demandas relativas ao processo devem ser endereçadas aqueles entes."
Etapas da privatização
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG ) e a concessão das linhas 1 e 2 do metrô no dia 24 de agosto, segundo o Ministério da Economia.
"Essa aprovação abriu caminho para a publicação do edital, que está previsto para acontecer em setembro. Já a realização do leilão, tem previsão para ser realizado em novembro", informa o Ministério.