
Cerca de 150 metroviários de Belo Horizonte e de outros quatro estados brasileiros estiveram em Brasília (DF), nesta terça-feira (28), para pressionar o Governo Federal e pedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogue o leilão do metrô da capital mineira, realizado em dezembro do ano passado.
A empresa Comporte Participações S/A, de São Paulo (SP), foi a vencedora do certame e arrebatou o serviço em BH por R$ 25,7 milhões.
Em Brasília, a presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Alda Lúcia dos Santos, se reuniu com os ministros Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil.
No encontro, a sindicalista alegou irregularidades no processo licitatório do leilão do metrô de BH e pediu que o presidente Lula adie a assinatura do contrato com a Comporte, previsto para o próximo mês. Uma vez assinada a concessão, a empresa passa a operar imediatamente o serviço, que atualmente é feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
O Sindimetro-MG afirmou que a tarifa do metrô poderá aumentar logo após assinatura do contrato. Além disso, para a realização das intervenções, a vencedora do leilão deve receber cerca de R$ 3,2 bilhões de recursos públicos oriundos do BNDES.
De acordo com Alda Lúcia dos Santos, os ministros informaram que a não assinatura do contrato só seria possível diante de fatos novos. Com isso, a presidente afirmou que acionará o departamento jurídico do sindicato.
Na reunião foi discutida também a realocação de 1,6 mil metroviários que serão impactados pela privatização do transporte público da capital mineira.
À presidente do Sindimetro-MG, os ministros teriam solicitado que, para dar continuidade às negociações trabalhistas, a categoria deve apresentar propostas como: transferência para algum unidade da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU); realocação em outra estatal federal em BH e região Metropolitana; plano de demissão voluntária ou aumento da estabilidade.
De acordo com Alda Lúcia dos Santos, as propostas de cada trabalhador deve ser elaborada e encaminhada até esta quinta-feira (2).
Uma assembleia geral dos metroviários está marcada para a tarde desta quarta-feira (1º), às 17h, em BH, para apresentar as propostas e discutir pela continuidade ou não da greve.
A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Infra-estrutura (Seinfra), responsável pelo edital do leilão, e aguarda retorno.
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