Minas contabiliza duas mortes e 57 casos de leptospirose em 2024
Secretaria de Estado de Saúde reforça ações de prevenção à doença, que tem número significativo de casos associados a enchentes e alagamentos
Minas já contabilizou 57 casos de leptospirose em 2024 - duas pessoas morreram. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Governo de Minas, que informou reforçar as ações de prevenção à doença durante o período chuvoso - quando, entre dezembro e março, ocorre aumento significativo dos registros, geralmente associados a enchentes e alagamentos.
Em todo o Estado, até o momento, foram notificados 757 casos suspeitos. No ano passado, foram 1.077 - 113 deles confirmados, com seis mortes. De acordo com o Governo, historicamente, a doença tem maior prevalência nas regiões Centro-Sul e Triângulo.
Segundo Mariana Gontijo, coordenadora estadual de Vigilância de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a doença pode variar desde formas assintomáticas até quadros graves.
A transmissão ocorre em áreas urbanas, devido a condições de saneamento e superpopulação de roedores, bem como em áreas rurais, nesses casos associada a atividades agropecuárias.
Situações de risco incluem contato com água ou lama de enchentes, lixo, fossas e locais com sinais de roedores. Nos casos graves, a leptospirose pode levar a complicações como insuficiência renal, hemorragias pulmonares e miocardite, sendo necessária atenção imediata aos sintomas.
"É importante considerar qualquer morte por leptospirose como evitável por meio de prevenção e cuidados adequados", destaca Gontijo.
Veja medidas adotadas para enfrentar a leptospirose
- monitoramento contínuo, por meio de acompanhamento semanal das notificações de casos suspeitos e confirmados para caracterizar o cenário epidemiológico e direcionar ações locais;
- capacitação, com treinamento de profissionais de saúde para melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença;
- divulgação de materiais técnicos e educativos, com o envio de publicações, notas técnicas e boletins aos municípios para fortalecer a vigilância e as estratégias de prevenção;
- emissão de alertas epidemiológicos, por meio de comunicados para municípios em períodos críticos, como chuvoso; e
- parcerias intersetoriais, para a implementação de planos de ação para controle de roedores, melhoria do saneamento e ações educativas voltadas à população.
Entre as medidas para prevenção da leptospirose estão
- utilizar botas e luvas ao limpar lama ou locais alagados;
- lavar áreas contaminadas com solução de água sanitária a 2,5%;
- armazenar alimentos em locais seguros, evitar acúmulo de entulho;
- consumir apenas água potável, filtrada ou fervida.
Diagnóstico e tratamento da leptospirose
O diagnóstico é feito pela análise de amostras de sangue na Fundação Ezequiel Dias (Funed), utilizando métodos como Elisa-IgM, MAT ou PCR. O tratamento envolve o uso de antibióticos e deve ser iniciado imediatamente após a suspeita clínica.
Ao apresentar sintomas, é fundamental procurar atendimento médico e informar sobre qualquer exposição recente a situações de risco.
"O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são essenciais para evitar complicações graves", indica a coordenadora.
* Com informações da Agência Minas