Período de chuvas

Minas contabiliza duas mortes e 57 casos de leptospirose em 2024

Secretaria de Estado de Saúde reforça ações de prevenção à doença, que tem número significativo de casos associados a enchentes e alagamentos

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 29/11/2024 às 17:28.Atualizado em 29/11/2024 às 17:58.

Minas já contabilizou 57 casos de leptospirose em 2024 - duas pessoas morreram. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Governo de Minas, que informou reforçar as ações de prevenção à doença durante o período chuvoso - quando, entre dezembro e março, ocorre aumento significativo dos registros, geralmente associados a enchentes e alagamentos.

Em todo o Estado, até o momento, foram notificados 757 casos suspeitos. No ano passado, foram 1.077 - 113 deles confirmados, com seis mortes. De acordo com o Governo, historicamente, a doença tem maior prevalência nas regiões Centro-Sul e Triângulo. 

Segundo Mariana Gontijo, coordenadora estadual de Vigilância de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a doença pode variar desde formas assintomáticas até quadros graves. 

"Os sintomas iniciais, como febre, dor muscular, náuseas e vômitos, podem ser confundidos com outras doenças, como a dengue. Por isso, é essencial que profissionais de saúde estejam atentos ao histórico de exposição do paciente nos últimos 30 dias", afirma.

A transmissão ocorre em áreas urbanas, devido a condições de saneamento e superpopulação de roedores, bem como em áreas rurais, nesses casos associada a atividades agropecuárias. 

Situações de risco incluem contato com água ou lama de enchentes, lixo, fossas e locais com sinais de roedores. Nos casos graves, a leptospirose pode levar a complicações como insuficiência renal, hemorragias pulmonares e miocardite, sendo necessária atenção imediata aos sintomas. 

"É importante considerar qualquer morte por leptospirose como evitável por meio de prevenção e cuidados adequados", destaca Gontijo.

Veja medidas adotadas para enfrentar a leptospirose

  •  monitoramento contínuo, por meio de acompanhamento semanal das notificações de casos suspeitos e confirmados para caracterizar o cenário epidemiológico e direcionar ações locais; 
  • capacitação, com treinamento de profissionais de saúde para melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença; 
  • divulgação de materiais técnicos e educativos, com o envio de publicações, notas técnicas e boletins aos municípios para fortalecer a vigilância e as estratégias de prevenção; 
  • emissão de alertas epidemiológicos, por meio de comunicados para municípios em períodos críticos, como chuvoso; e
  • parcerias intersetoriais, para a implementação de planos de ação para controle de roedores, melhoria do saneamento e ações educativas voltadas à população.

Entre as medidas para prevenção da leptospirose estão 

  • utilizar botas e luvas ao limpar lama ou locais alagados; 
  • lavar áreas contaminadas com solução de água sanitária a 2,5%;
  • armazenar alimentos em locais seguros, evitar acúmulo de entulho;
  • consumir apenas água potável, filtrada ou fervida.

Diagnóstico e tratamento da leptospirose 

O diagnóstico é feito pela análise de amostras de sangue na Fundação Ezequiel Dias (Funed), utilizando métodos como Elisa-IgM, MAT ou PCR. O tratamento envolve o uso de antibióticos e deve ser iniciado imediatamente após a suspeita clínica.

Ao apresentar sintomas, é fundamental procurar atendimento médico e informar sobre qualquer exposição recente a situações de risco.

"O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são essenciais para evitar complicações graves", indica a coordenadora.

* Com informações da Agência Minas

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