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Minas Gerais tem a terceira maior população em situação de rua do país, aponta levantamento

Estudo da UFMG mostra que o estado soma mais de 32 mil pessoas vivendo nas ruas; Sudeste concentra cerca de 60% do total nacional

Agência Brasil
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 02/11/2025 às 11:06.
 (FOTO: MAURÍCIO VIEIRA / JORNAL HOJE EM DIA)
(FOTO: MAURÍCIO VIEIRA / JORNAL HOJE EM DIA)

A população em situação de rua no Brasil era de 358.553 pessoas em outubro, segundo levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O estudo aponta predominância dos estados do Sudeste. Em São Paulo, são 148.730 pessoas em situação de rua, das quais 99.477 vivem na capital. Em seguida aparecem o Rio de Janeiro, com 33.081, e Minas Gerais, com 32.685 pessoas. Juntas, as três unidades federativas concentram cerca de 60% da população de rua do país.

Os dados têm como base o CadÚnico, plataforma que reúne registros municipais de assistência social. A região Sul vem logo abaixo, com destaque para o Paraná (17.091), Rio Grande do Sul (15.906) e Santa Catarina (11.805). Entre os estados do Nordeste e do Norte, os maiores números foram registrados na Bahia (16.603), Ceará (13.625) e Roraima (9.954).

O caso de Roraima chama atenção pelo aumento expressivo. A capital Boa Vista, com menos de 500 mil habitantes, possui mais pessoas em situação de rua do que o Distrito Federal, Pernambuco e Amazonas. Em 2018, o estado tinha pouco mais de mil registros, número quase dez vezes menor que o atual.

Segundo o Observatório, o crescimento em Roraima supera o aumento nacional, que passou de 138 mil para 358 mil pessoas entre 2018 e 2024. A entidade também aponta que o número registrado em São Paulo mais que dobrou no período, saltando de cerca de 39 mil para 100 mil pessoas.

“O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população, majoritariamente negra e historicamente vulnerabilizada no nosso país”, informou o Observatório, em nota.

Os pesquisadores destacaram ainda a falta de transparência nos dados sobre a população em situação de rua, que, segundo eles, deveriam ser públicos, abertos e acessíveis a toda a sociedade.

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