
Minas já soma 10.850 queimadas em 2025, segundo o Corpo de Bombeiros. A média é de 46 incêndios por dia, com concentração maior a partir de maio e pico em julho: 3.539 ocorrências. Houve redução no comparativo com o ano passado, mas autoridades e especialistas alertam que o cenário ainda exige atenção.
Nesta sexta-feira (22), a Defesa Civil estadual emitiu alerta de “risco elevado de incêndios florestais”, válido até domingo (24), especialmente para cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. As temperaturas devem chegar a 36°C, a umidade relativa do ar pode cair para 12% e há possibilidade de rajadas de vento acima de 50 km/h.
“A população deve redobrar os cuidados. Manter hidratação, proteger crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios e evitar qualquer ação que possa provocar incêndios. A prevenção e a atenção aos alertas ajudam a proteger vidas, propriedades e o meio ambiente”, alerta o coordenador adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Wenderson Duarte Marcelino.
Redução também no Brasil
Levantamento do MapBiomas Fogo mostra que o Brasil também apresenta redução de queimadas em 2025. De janeiro a julho, foram 2,45 milhões de hectares de área queimada, 59% a menos em relação ao mesmo período de 2024. O Cerrado foi o bioma mais atingido: 1,2 milhão de hectares.
Segundo a coordenadora técnica do MapBiomas Fogo, Vera Arruda, ainda é cedo para afirmar que já há uma mudança de tendência consolidada. A especialista informa que a redução pode estar associada a diferentes fatores. “Entre eles, o retorno das chuvas em algumas regiões, a intensificação da fiscalização em áreas críticas e até uma postura mais cautelosa do uso do fogo após os prejuízos dos anos anteriores”.
Investimento no combate
Para enfrentar o período mais crítico, o Corpo de Bombeiros intensificou treinamentos e passou a usar inteligência artificial no sistema ArcGIS, capaz de reunir imagens de satélite e dados internos para mapear focos de incêndio.
“A Inteligência Artificial tem sido utilizada para a programação desse sistema de informações, que trabalha com um software que se chama ARCGIS. Para agilizar essa programação e reunir todas as informações disponíveis em bancos de dados, sejam as imagens de satélites ou nossos recursos, tudo é reunido por essa programação, que é desenvolvida e aprimorada com IA”, explicou o porta-voz dos Bombeiros, Tenente Henrique Barcellos.
Mais de 300 agentes, entre bombeiros e brigadistas, foram capacitados para atuar em Unidades de Conservação como os parques estaduais do Sumidouro, Ibitipoca, Biribiri e Rio Preto.
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca, com informações das agências Minas e Brasil
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