(Corpo de Bombeiros/ Divulgação)
Pelo menos 98 municípios mineiros apresentam risco "alto" de inundações. A maior parte das cidades está concentrada na região Central, como de Belo Horizonte, que sofre frequentemente a cada temporada de chuva. O alerta está em um estudo desenvolvido pelos Bombeiros, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O levantamento visa a contribuir para ações de prevenção e resposta a desastres.
Na capital, o estudo aponta que o perigo é maior em bairros da região Leste. Da Grande BH estão incluídas Santa Luzia e Sabará. Cidades da Zona da Mata, do Vale do Jequitinhonha e as que ficam perto da bacia do Rio São Francisco também integram a lista. A relação completa foi solicitada, mas não foi disponibilizada até a publicação dessa reportagem.
Os pontos foram mapeados por meio de um modelo de geotecnologia, que utiliza análise e combinações de dados. A cadete dos Bombeiros, Natália Alves, explica que o cálculo leva em conta aspectos biofísico - canais fluviais que já são conhecidamente sujeitos ao acúmulo de água - e socioculturais, que se baseiam em questões como saneamento e urbanização.
"A junção dos modelos de suscetibilidade e exposição conduziu a criação do modelo de risco de inundação, composto por cinco classes identificadas: muito alto, alto, moderado, baixo e muito baixo. O modelo de risco de inundação foi validado com dados de atendimentos do Corpo de Bombeiros e da SES, e demonstrou alta assertividade de 82% para previsões futuras", detalha.
Prevenção
Segundo o sargento dos Bombeiros, Charles Fonseca, o mapeamento tem o objetivo de contribuir para a tomada de decisão de órgãos de defesa quanto à preparação e resposta aos períodos chuvosos nessas áreas.
"O modelo é dinâmico e pode proporcionar diferentes respostas. Quando olhamos para o modelo e entendemos que é uma região de alto risco podemos tomar ações preventivas para que possa ter resposta mais rápida para sociedade".
O sargento explica que, na prática, o monitoramento vai possibilitar o planejamento prévio de ações de combate para evitar tragédias causadas pelas chuvas.
"Atualmente podemos pensar em Governador Valadares, por exemplo, que é classificada como área alta de risco. Com a previsão de chuva nesses últimos dias, os Bombeiros podem deslocar efetivo maior, a SES disponibiliza mais medicamentos e equipes, a defesa civil mobiliza outros efetivos e a prefeitura também pode se antever", afirma.
Leia mais: