Mineiros recorrem cada vez mais ao bonito, barato e sustentável

Raquel Ramos - Hoje em Dia
09/06/2014 às 07:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:55
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Para quem não abre mão de uma comprinha aqui e ali, mas também não quer perder o controle das finanças, os brechós se mostram uma boa alternativa. Entre as vantagens, preços mais acessíveis e uma forma de consumo mais consciente. Em Belo Horizonte, há opções que comercializam peças de primeira linha, sobretudo na zona Sul da cidade.
 
“Isso é fantástico e muito atual. Na Europa, os brechós já são muito comuns. As pessoas chegam a fechar uma rua inteira para que todo mundo coloque roupas, móveis e brinquedos à venda. Não há vergonha em se desfazer das próprias coisas, nem de adquirir algo usado”, afirma Cris Guerra, escritora, colunista de moda e blogueira.
 
Os brasileiros, no entanto, herdaram a cultura do consumismo americano, a ideia de ter para ostentar. Além disso, observa Cris Guerra, ainda impera o preconceito de que compras de segunda mão são menos requintadas.
 
Mudança
 
Aos poucos, o rumo parece mudar. Prova disso é que, hoje, Belo Horizonte já conta com 1.069 estabelecimentos especializados em vendas de usados, entre os quais incluem-se os brechós. Segundo dados da Junta Comercial de Minas Gerais, a quantidade aumenta para 5.399 no cenário mineiro – um pulo de 107% em relação a 2010.
 
O crescimento também é observado nas ruas. Lojas do ramo são facilmente encontradas, por exemplo, na Savassi. Com mais dez anos de funcionamento, a Brilhantina Brechó é uma das mais tradicionais.

“Trabalho com consignação. As pessoas arrumam os próprios armários e trazem as roupas para que eu faça uma seleção. Mas fugimos da modinha tradicional. Preferimos peças clássicas, vintage, com modelagem e estampa inusitadas”, diz Raquel Fernandes, proprietária do estabelecimento, caracterizado por um charmoso aspecto retrô.
 
Atualmente, o Brilhantina tem cerca de 250 peças de roupas em exposição – com preços que variam de R$ 25 a R$ 250 –, mais de mil acessórios e uma variada clientela. O alvo, define a proprietária, “são pessoas que gostam de garimpar e fazer compras inteligentes”.

A maquiadora Cida Nogueira, de 46 anos, faz parte desse público. “Gosto de coisas que vêm carregadas de história, mas quem me vê na rua não vai me achar com cara de antiga. Não saio fantasiada do passado”, garante.
 
Roupas de marca
 
Com um perfil diferenciado, a Voilà! Outlet & Brechó surgiu no bairro Carmo, há cerca de três anos, com a proposta de oferecer roupas e acessórios de marca, mas com um valor que caiba no bolso dos consumidores.
 
“Temos fornecedoras que fazem compras na Europa, nos Estados Unidos, mas depois querem se desfazer das peças que ainda estão novas”, conta Luciana Balieiro, uma das proprietárias da loja.
 
Além de as clientes conseguirem adquirir roupas e acessórios de grife com preços diferenciados, ainda fazem compras em paz com a consciência.
 
“Estamos em um momento em que o consumismo exagerado está sendo muito questionado. É chique ser sustentável”, afirma Luciana.

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