Missa do Trabalhador em Contagem é marcada por protestos contra reforma da Previdência

Raul Mariano
01/05/2019 às 10:04.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:28
 (Raul Mariano)

(Raul Mariano)

Milhares de pessoas participam da 43° Missa do Trabalhador, na manhã desta quarta-feira (1º), na Praça da Cemig, em Contagem, na Grande BH. Sindicatos de várias categorias como metalúrgicos, gráficos e professores estão reunidos na celebração que é marcada por forte tom político. Bandeiras, cartazes e faixas com mensagens contra a reforma da Previdência estão espalhadas por toda praça. 

Antes do início da missa, vários grupos gritavam palavras de ordem contra  medidas recentes como, por exemplo, o reajuste das passagens de ônibus e do metrô de BH.

Jovens, idosos e crianças acompanhadas dos pais assistem à celebração com suor no rosto e sem desânimo mesmo com o sol forte. "Essa missa é importante porque renova a nossa fé e nos dá força para continuar trabalhando", afirma o torneiro mecânico de Betim, Vanderley Gomes, de 41 anos. 

Acompanhado dos três filhos, ele chegou cedo ao local para garantir um lugar próximo ao altar onde o bispo auxiliar dom Otacílio Ferreira de Lacerda preside a cerimônia. Raul Mariano 

FÉ - Acompanhado dos três filhos, Vanderley chegou cedo ao local

Quem também garantiu a presença na celebração foi a auxiliar escolar Sônia Aparecida, de 45 anos. Ela fez questão de levar o marido e os dois filhos e ressaltou a importância de envolver a família no ato simbólico. 

"Não é só um ato de fé, mas também um momento de reflexão sobre a retirada de direitos dos trabalhadores", disse. "As crianças precisam aprender o quanto antes sobre essa lógica de exploração que sempre vivemos", destacou. N/A / N/ACONSCIENTIZAÇÃO - Sônia levou a família para celebrar a fé e refletir sobre a importância dos direitos trabalhistas

Após a missa, as entidades que representam os trabalhadores farão caminhadas pela região, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Enquanto trabalhadores temem perder os direitos com a reforma, para o Governo Federal, sem ela não há como equilibrar as contas públicas.

Emoção

Um dos pontos altos da Missa do Trabalhador foi o momento em que as carteiras de trabalho de centenas de pessoas foram aspergidas pelo bispo que presidia a cerimônia. 

Muitas pessoas se emocionaram. Alguns agradeceram pelo emprego outros fizeram preces por um trabalho. 

A dona de casa Eva Silva levou a carteira de trabalho do filho Rafael, que é soldador, tem 38 anos e está desempregado há 11 meses. "Eu creio que São José, protetor dos operários, vai interceder por ele junto a Jesus", declarou

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