
Após Uberlândia, no Triângulo Mineiro, registrar um caso suspeito de morte por varíola dos macacos, nesta segunda-feira (13), especialistas alertam para a necessidade de não criar pânico com o assunto. Para o virologista Flávio Fonseca, professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que integra um grupo que pesquisa os casos da doença no Brasil, é importante aguardar o resultado do exame.
Para ele não se deve "criar um ambiente de preocupação e pânico desnecessários”. “O essencial é manter a tranquilidade e aguardar o resultado dos exames”, afirma. Essa pode ser a primeira morte com confirmação da causa pelo vírus em todo mundo, desde que os casos ganharam repercussão neste ano.
Busca ativa
Caso seja confirmada a morte por varíola dos macacos, será necessário “traçar o perfil epidemiológico do paciente” e realizar uma "busca ativa", segundo o especialista.
“De onde ele veio, com quem teve contato antes e depois da doença, além de orientações para as equipes de saúde em hospitais, clínicas e postos de saúde da região, buscando a identificação ativa de outros infectados”, explicou.
“Todo caso suspeito é tratado como suspeito até a confirmação. Não podemos alterar protocolo ou mudar comportamento com base em suspeita que pode ser várias coisas”, afirmou.
O virologista explica que, em geral, os exames ficam prontos em até 48 horas após o recebimento das análises. Em Minas Gerais, eles ficam a cargo da Fundação Ezequiel Dias (Funed). A reportagem questionou o governo de Minas sobre uma previsão de quando o exame estará pronto e aguarda retorno.
Fonseca também afirma que os pesquisadores do grupo não acreditam em surto de casos no Brasil e que devem ocorrer apenas casos isolados.