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Montes Claros, no Norte de Minas, tem predador do Aedes aegypti

Christine Antonini
Do O Norte
24/07/2018 às 20:11.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:34

(Divulgação Unimontes)

Uma ação promissora para combate à reprodução do Aedes aegypti pode vir da própria natureza. Estudo desenvolvido na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no Norte de Minas, identificou na zona urbana do município um dos mais vorazes predadores biológicos da larva do vetor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela: o mosquito Toxorhynchites theobaldi.

A descoberta da espécie na cidade surpreendeu os pesquisadores, pois a incidência é mínima em regiões mais secas. O inseto é comum em áreas como a mata atlântica, no Leste e na Zona da Mata. O poder de combate é considerável. O Toxorhynchites pode matar até 30 larvas do Aedes por dia.

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Estudo

A pesquisa teve início neste ano como parte do trabalho de conclusão de curso da estudante em biologia Júlia Gomes Cardoso, sob orientação do professor Magno Augusto Zaza Borges. Os estudos estão sendo desenvolvidos no Laboratório de Ecologia e Controle Biológico de Insetos da universidade a partir da análise do ciclo do rival do Aedes.

Conforme a pesquisa, o Toxorhynchites foi descoberto por meio da instalação de 600 armadilhas para a coleta de larvas na área do Parque do Sapucaia. Os recipientes (semelhantes a copos) feitos de bambu foram colocados em áreas de pouca luminosidade e receberam água para simular o ambiente natural de reprodução para as duas espécies.

Quando recolheram as armadilhas, os pesquisadores viram que havia mais predadores do que o Aedes. Para Júlia Gomes, existe uma necessidade de se buscar soluções eficazes para combater o inseto, considerado o mal do século.

“Com base em estudos anteriores, já sabíamos que o Toxorhynchites, em sua fase larval, é um predador de larvas. Essa grande incidência na coleta nos confirmou a impressão que tínhamos algo de grande impacto para o combate natural do mosquito transmissor da dengue em Montes Claros”.

Desafios

O próximo passo do grupo é estabelecer a criação em condições de laboratório, de forma que o Toxorhynchites theobaldi possa ser visto como uma alternativa de controle sanitário pelas autoridades de saúde, especialmente em cidades como Montes Claros, com registros históricos de grande incidência do Aedes no período chuvoso.

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