Morador quer verde preservado na ciclovia da José Cândido

Raquel Ramos - Hoje em Dia
22/05/2014 às 08:25.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:41
 (Eugenio Moraes)

(Eugenio Moraes)

“Não arranque essa bananeira, cuido dela todos os dias”. O recado – escrito em papel branco e fixado com fita adesiva – no pé de duas plantas chama a atenção de quem passa pela avenida José Cândido da Silveira, na região Nordeste de Belo Horizonte. O local foi escolhido para a implantação de uma ciclovia. Iniciativa bem-vinda, não fosse o temor dos moradores de que árvores sejam suprimidas com a obra.

Isso porque em menos de uma semana após o início da intervenção, os trabalhos foram interrompidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) por falta de licenciamento. Nesse tempo, a população dos bairros vizinhos chegou a ver um “x” marcado em algumas árvores, indicando um possível corte.

“Não tenho ideia de quem seja a mulher (de nome Carol) que deixou o aviso. Mas todo mundo que vive nessa região tem um carinho e cuidado muito grande com o canteiro central da avenida. É uma extensa área verde em uma via urbana. Uma espécie de refúgio”, diz a design de moda Shirley Lima.

Em nota, a SMMA e BHTrans informaram que os procedimentos já realizados na avenida eram apenas preparatórios para a obra e, portanto, não representaram nenhum prejuízo ambiental para a região.

Estratégia

Uma medida anunciada pela Fundação Municipal de Parques pode tranquilizar os moradores. A nova ciclovia de BH fugirá dos padrões convencionais. Em vez do traçado retilíneo, a pista terá um desenho sinuoso, contornando as árvores e garantindo a preservação do meio ambiente.

O projeto ainda não foi formalmente apresentado para apreciação do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam). Segundo a BHTrans, que executa a obra, alguns ajustes estão sendo discutidos. Mas tanto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente quanto a Fundação Municipal de Parque já dão como certo que não haverá danos.

Após a proposta para implantação da ciclovia ser entregue aos órgãos responsáveis, a SMMA terá um prazo legal de 30 dias para analisar os documentos e determinar se há necessidade de novas adequações. Em seguida, o projeto entra na pauta do Comam. Apesar dos trabalhos estarem suspensos, a BHTrans mantém o prazo de entregar a pista para bicicletas até agosto deste ano. Cerca de R$ 800 mil serão investidos na construção.

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