Sitiados

Moradores da Ocupação Vila Maria denunciam restrição de acesso e ameaça de guardas municipais

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
24/02/2022 às 20:08.
Atualizado em 24/02/2022 às 20:18
 (Reprodução / Redes Sociais Samuel Costa)

(Reprodução / Redes Sociais Samuel Costa)

Moradores da Ocupação Vila Maria, na região Oeste de Belo Horizonte, denunciam que um efetivo de 10 guardas municipais estão restringindo o acesso de moradores. Eles alegam veículos que entram no local estão sendo parados e revistados, e que um deles teria sacado a arma para um dos ocupantes.

O representante dos Direitos Humanos do Barreiro, Samuel Costa, afirma que a população está sitiada. Segundo ele, nessa quarta-feira (23), policiais militares restringiram o acesso e impediram que os moradores entrassem com alimentos e materiais de construção. Nesta quinta-feira (24), a ação estaria sendo feita por guardas municipais, que informaram que os habitantes serão despejados.

De acordo com Samuel, as ações dos guardas e policiais estão relacionada com uma medida liminar que a PBH ajuizou nessa quarta para reintegração de posse de área do parque municipal Jacques Cousteau que inclui a Vila Maria.

Samuel conta que essa não é a primeira vez que moradores da ocupação sofrem com a violência. Em novembro do ano passado, um efetivo com diversos guardas municipais derrubou as barracas dos ocupantes.

Desamparados
Ainda conforme o representante dos Direitos Humanos, os moradores foram ao gabinete do prefeito Alexandre Kalil, mas não conseguiram nenhum tipo de diálogo com o Executivo.

Os ocupantes também reclamam que, até o momento, não receberam nenhum comunicado da Justiça ordenando que deixem o local.

A PBH informou ao Hoje em Dia que, de acordo com a Procuradoria-Geral do Município, ainda não há decisão da Justiça quanto ao pedido de medida liminar.

Samuel Costa afirma que nenhum assistente social foi à ocupação cadastrar os moradores e nem tiveram suporte do Conselho Tutelar.

Em nota, a PBH informa que o Executivo "não se descuida da situação de miserabilidade social enfrentada pelas famílias que integram a Ocupação Vila Maria e (...) se dispõe, por meio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (URBEL), a fornecer atendimento às famílias com moradias consolidadas no local, por meio do pagamento de bolsa-moradia até o devido reassentamento".

A Prefeitura diz ainda que "equipes da Urbel e da Assistência Social também atuam para garantir a retirada de forma pacífica e organizada".

Sobre a ação dos guardas municipais para restringir o acesso dos moradores, a PBH declara que a instituição atua no sentido de "garantir a segurança dos agentes da Secretaria de Regulação Urbana e dos demais servidores da Prefeitura no cumprimento de suas tarefas, sejam elas de fiscalização, interdição, de cumprimento de medidas judiciais, entre outras".

A Polícia Militar de Minas Gerais informou ao Hoje em dia que aguarda resposta do Comando de Policiamento da Capital.

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