abastecimento

Moradores do Buritis ficam sem água nesta quinta mesmo antes do rodízio da Copasa

Lucas Sanches
@sanches_07
10/03/2022 às 16:02.
Atualizado em 10/03/2022 às 17:27
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

Moradores de Belo Horizonte reclamam que o rodízio no fornecimento de água, em plena pandemia, não segue o cronograma elaborado pela Copasa. Muita gente foi de surpresa nesta quinta-feira (10) no bairro Buritis, na região Oeste. Alguns condomínios precisam, inclusive, recorrer a caminhões-pipa na tentativa de reorganizar a rotina.

O bairro da zona Oeste da capital só iria integra a lista de rodízio a partir das 22h de hoje. No entanto, a administradora Tatiane Massote, de 44 anos, síndica de um prédio na rua Maria Heilbuth Surette, conta que fez o possível para não deixar os condôminos desamparados desde o fim da tarde de quarta, quando começou a faltar água.

"Nós demos sorte, na verdade. Saindo do trabalho, mudei meu itinerário e fui até uma distribuidora, onde o motorista me ajudou a convencer os donos a levar um caminhão para encher as caixas do prédio. Eles saíram tarde da noite, e começou a voltar água só depois das 23h", conta.

Nesta manhã, a missão começou mais uma vez. A síndica conta que estava se preparando para as datas marcadas no rodízio, mas com o desabastecimento repentino, só consegue pensar na água que falta para os moradores do prédio.

"Consegui fechar com a mesma fornecedora, que nos atendeu nesta manhã e garantiu a água até o fim do dia. Mas como não sabemos se a situação vai voltar ou não, já estamos correndo atrás de uma empresa que possa nos atender para não termos imprevistos já na noite de hoje. Enquanto isso, já consegui também que meus filhos tomem banho na casa de vizinhos da região, onde ainda não falta água", comenta.

A representante da Associação de Moradores do Bairro Buritis (ABB), Rosimeire Martins, explica que o problema foi reportado não só na rua Maria Heilbuth Surette, mas em outros pontos do bairro. 

"Chegaram pelo menos seis pedidos que os prédios do Buritis fizeram só nesta quinta. A gente já tem uma estimativa que cada caminhão pode custar cerca de R$ 800, mas cada prédio tem uma estrutura e demanda diferentes, o que vai fazer esse preço aumentar. Em um prédio com 500 moradores, por exemplo, podem ser até dez caminhões para encher todas as caixas e garantir um dia de água", ressalta.

No prédio administrado por Tatiane, que conta com 30 apartamentos, foram necessários três caminhões na manhã desta quinta-feira, com custo aproximado de quase R$ 2 mil e fornecimento que deve acabar no começo da noite. Ela lamenta que a vida de tantas pessoas tenha sido afetada de forma tão repentina.

"Mesmo com todo esse esforço dos síndicos, ainda é possível que falte água nos prédios hoje. Além da dificuldade de conseguir um fornecedor, tem todo o tempo de espera e operação, já que só depois de abastecer, a água pode demorar mais três horas para chegar à torneira das unidades mais altas, como as coberturas" diz.

A síndica pontua que também vem encarando preços muito distintos, que chegam a assustar. O abastecimento emergencial, contratado nessa quarta, pode ter sido o mais barato que o prédio vai conseguir, segundo ela.

"Por alto, sabemos que tem empresas que cobram cerca de R$ 450 por caminhão, mas eu já ouvi gente pedindo mais de R$ 900, e não há saúde financeira de condomínio que consiga absorver esse custo tão alto", completa.

Após a resolução do problema e a normalização do fornecimento, Tatiane afirma que vai se reunir com os moradores e fazer uma petição para que o valor seja reembolsado pela Copasa.

A reportagem do Hoje Em Dia questionou a companhia sobre o desabastecimento no bairro mesmo fora do dia programado no rodízio. E também como será o apoio aos moradores por conta da situação. 

Em nota, a empresa informou que, devido à necessidade de manutenção emergencial na unidade de bombeamento de água, o abastecimento do bairro Buritis, em Belo Horizonte, ficou prejudicado nesta quinta e que técnicos da Companhia já realizaram os serviços necessários. Ainda segundo a Copasa, a previsão é que o fornecimento de água seja normalizado, de forma gradativa, no decorrer da tarde e à noite .

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