Alta Tensão

Moradores do Morro do Papagaio protestam contra desapropriação exigida pela Cemig

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
19/05/2022 às 10:00.
Atualizado em 19/05/2022 às 18:17
 (Júlio Fessô / Redes Sociais)

(Júlio Fessô / Redes Sociais)

Os moradores e lideranças comunitárias do Morro do Papagaio, na região Centro Sul, protestam nesta quinta-feira (19), às 18 horas, na avenida Nossa  Senhora do Carmo, contra a retirada de famílias pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).  

Há décadas a empresa instalou uma rede de alta tensão sobre dezenas de casas entre as ruas São Joaquim e São Tomáz de Aquino e, agora, pede que os imóveis sejam desocupados. 

Segundo o líder comunitário, Júlio Fessô,  havia um acordo com a  Cemig e a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) para que a rede de alta tensão passasse por baixo da rua.

Só que a Urbel desapropriou algumas casas e abriu a via,  mas a Cemig não fez a obra. “Agora a Cemig quer desapropriar mais de 150  famílias que moram há 50, 60 anos nos imóveis”, denuncia o líder comunitário. 

Desapropriação

Segundo a Cemig, a instalação das linhas de transmissão data da década de 1960, quando não havia residências no local. A empresa esclareceu em nota, que a área onde os imóveis foram construídos, depois, é uma faixa de servidão, que não poderia ser ocupada por razões de segurança, para preservação da vida da opulação.

Ainda de acordo com a empresa, nesses casos as equipes de fiscalização avisam os moradores sobre a irregularidade da ocupação. E, quando não saem voluntariamente, a concessionária recorre à Justiça  impetrando ações de reintegração de posse ( por isso não houve desapropriação, como alegam os moradores), o que aconteceu entre 2011 e 2013. A Justiça, ainda segundo a Cemig, decidiu pela irregularidade das construções e a execução das decisões estão sendo cumpridas para a desocupação dos imóveis.

(Júlio Fessô / Redes Sociais)

(Júlio Fessô / Redes Sociais)

Já a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Urbel, informou não ter envolvimento com a desapropriação dos imóveis e que não é parte citada no processo.

O executivo municipal acrescentou ainda que as tratativas previam a obra viária pela Urbel, que já foi concluída e a execução da rede subterrânea pela concessionária. 

“O que a Cemig quer é tirar os moradores e usar a área que é super valorizada comercialmente”, finaliza o líder comunitário. 

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