Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí, no Noroeste de Minas Gerais, e um dos condenados pela Chacina de Unaí, faleceu na manhã desta quinta-feira (15), aos 77 anos, em Brasília (DF). A informação foi confirmada pela família. Mânica estava internado no Hospital Sírio Libanês, onde tratava um câncer no pâncreas, além de diabetes e hipertensão.
Antério Mânica foi condenado em novembro de 2015 a 100 anos de prisão por ser o mandante do assassinato de três auditores fiscais do Ministério do Trabalho e de um motorista, em 2004, no caso conhecido como Chacina de Unaí. A sentença, porém, foi anulada em 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que determinou um novo julgamento.
Em maio de 2022, Mânica recebeu uma nova condenação, desta vez a 64 anos de prisão por quádruplo homicídio triplamente qualificado, com direito a recorrer em liberdade. Em novembro de 2023, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) aumentou a pena para 89 anos e determinou a execução imediata da punição.
Em setembro de 2024, após a Justiça ordenar a prisão imediata de Antério e de seu irmão, Norberto Mânica, também condenado pelo crime, ele se entregou à Polícia Federal em Brasília. Em novembro do mesmo ano, devido a problemas de saúde, Antério obteve autorização para cumprir prisão domiciliar.
Chacina de Unaí
O crime, que ficou conhecido como Chacina de Unaí, ocorreu em 28 de janeiro de 2004, na zona rural do município. Três auditores fiscais do trabalho – Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves – e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram assassinados em uma emboscada. As vítimas investigavam denúncias de trabalho escravo na região. Os irmãos Antério e Norberto Mânica foram apontados como mandantes do crime.