Desejo da família é que o caso sensibilize parlamentares e o governo, obrigando a revisão da legislação que permite a saída temporária de presos
Amiga da família e ex-colega de escola do militar, Ana Carolina Viana (Maurício Vieira)
Centenas de pessoas se despedem nesta terça-feira (9) do sargento da Polícia Militar, Roger Dias, de 29 anos, morto a tiros por um condenado foragido após ser beneficiado por uma "saidinha" de fim de ano. Horas antes do sepultamento, as pessoas já faziam fila para prestar homenagens no Cemitério Bosque da Esperança, onde ocorre o sepultamento.
Dentre os presentes estava a amiga da família e ex-colega de escola do militar, Ana Carolina Viana, de 30 anos. Ela lembrou com carinho do policial, natural de BH e que completou 10 anos de corporação no último sábado (6), quando estava hospitalizado. Ele deixa uma filha de cinco meses e uma esposa.
"Roger era um homem muito bom, era tudo pra mãe dele. Era um amigo incrível, ajudava muita gente. Um pai completamente apaixonado pela filha e pela esposa. Um rapaz totalmente responsável. Ele aprendeu o que era responsabilidade desde muito novo, porque ele não tinha outra escolha. Foi por isso que ele escolheu a polícia com 19 anos", contou Ana Carolina.
Segundo a amiga, o desejo da família é que a morte do militar sensibilize os parlamentares e o governo, obrigando a revisão da legislação que permite a saída temporária de presos. "Nós queremos que a morte dele não seja em vão. Queremos que o Senado altere a lei de execução penal e acabe com todas as regalias dos presos. O Roger não teve saída. Não era pra ele ter levado aquele tiro, não era para aquele bandido estar na rua", diz a amiga, indignada.
Durante o velório, a colega de escola lembrou que a família autorizou a doação de órgãos do policial. "Serviu a todos mesmo após a morte".
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