Motocicletas são a principal aliada dos bandidos em BH

Danilo Emerich e Renato Fonseca - do Hoje em Dia
04/10/2012 às 12:03.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:48
 (Carlos Roberto )

(Carlos Roberto )

Quase metade dos crimes violentos praticados contra o comércio em Belo Horizonte envolve, na fuga dos bandidos, o uso de motocicletas. A agilidade e a velocidade do veículo, além do anonimato conferido pelos capacetes, facilitam os roubos e dificultam a ação da polícia.

Segundo o Comando de Policiamento da Capital (CPC), no ano passado, foram registrados na cidade 11.200 ocorrências como roubos, assaltos e extorsão. Em mais de 5.000 dos casos (45%), os autores estavam em motocicletas. Os principais crimes cometidos por bandidos que utilizam motos são as saidinhas de banco e assaltos a padarias, farmácias e postos de combustível. De acordo com o comandante do CPC, coronel Rogério Andrade, na maioria dos casos, os criminosos preferem modelos de média potência, entre 250 e 400 cilindradas.

Horário de pico

Conforme o coronel, a forma de atuação pode variar de acordo com o estabelecimento, mas quase sempre ocorre em horários de movimento intenso. Em comércios de pequeno porte, geralmente, uma dupla estaciona em frente à loja, e o garupeiro entra rapidamente com capacete na cabeça e armado.
Enquanto isso, o comparsa fica do lado de fora dando cobertura. A ação leva poucos minutos. Na fuga, o piloto sai costurando o trânsito.

Na modalidade conhecida como saidinha de banco, o assalto é feito logo após a vítima sacar uma quantia em dinheiro. “O bandido sempre está dentro da agência. Ele observa o cliente fazer a sua movimentação bancária e aborda o cliente do lado de fora, com a ajuda de comparsas”, diz Rogério Andrade.

Assaltos frequentes

No Anel Rodoviário de Belo Horizonte, próximo ao bairro São Francisco, na Pampulha, os constantes assaltos a um posto de gasolina obrigaram a Polícia Militar a montar um centro de apoio no estabelecimento para atender toda a região. Frentistas afirmam que os roubos aconteciam pelo menos uma vez por semana, e os bandidos sempre fugiam em motos. “Melhorou depois da instalação do posto da PM, mas ainda trabalhamos com medo”, diz um deles.

De acordo com o subcomandante do Batalhão de Trânsito de BH, major Alessandro Petronvio, há uma recomendação do CPC para intensificar as abordagens das motos nas operações policiais. Nas blitze, as infrações mais comuns são a viseira do capacete levantada, falta de equipamentos obrigatórios no veículo, como retrovisor, e de documentos. “Já no dia a dia, as irregularidades mais frequentes são a alta velocidade e o avanço de sinal de trânsito”, diz.

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