Motivo fútil

Motorista de app que arrastou instrutor de autoescola em BH é indiciado por homicídio doloso

Homem vai responder pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil

Pedro Santos*
pedro.sousa@hojeemdia.com.br
01/02/2024 às 12:13.
Atualizado em 01/02/2024 às 12:31
Informações foram dadas em coletiva nesta quinta-feira (1) (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Informações foram dadas em coletiva nesta quinta-feira (1) (Fernando Michel/Hoje em Dia)

O motorista de aplicativo de 47 anos, suspeito de atropelar e matar o instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho, de 48, em abril de 2023, foi indiciado homicídio doloso qualificado por motivo fútil, conforme informou a Polícia Civil nesta quinta-feira (1°). 

O crime ocorreu no bairro Floramar, na região Norte de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, a confusão foi registrada quando Alessandro dava uma aula de direção em um veículo Fiat Mobi. O carro da autoescola foi atingido por um Volkswagen Voyage na rua José Lima de Almeida. 

Após a batida, o aluno e Alessandro desceram do carro para conversar com o outro condutor e tentar uma solução "amigável". No entanto, quando o instrutor propôs fazer o Boletim de Ocorrência, o motorista do Voyage entrou no automóvel e disse que iria embora. 

Na tentativa de impedir a fuga, Alessandro entrou na frente do veículo, foi atropelado e arrastado pelo capô até a rua Tomaz Amâncio da Silva. Em dado momento, a vítima não conseguiu mais se segurar e acabou caindo ao solo. O suspeito deixou o local sem prestar socorro. 

Segundo a Polícia Civil, o indiciamento se deu com base no fato de o motorista do veículo Voyage ter atropelado Alessandro por motivo fútil e por ter assumido o risco de matá-lo com aquela ação. 

“Ele assumiu o risco de provocar a morte. Estamos diante de um homicídio doloso por dolo eventual, porque com essa atitude, ele assumiu o risco de acarretar o resultado mais gravoso, que infelizmente veio ocorrer, que foi o óbito da vítima”, afirmou o delegado Rodrigo Fagundes.

Quando foi preso, o suspeito chegou a alegar que atropelou o instrutor e não prestou socorro por ter ficado com “medo de ser agredido”, e que a vítima teria se alterado. A defesa também anexou imagens de amassados na porta do Voyage após a elaboração do laudo pericial, sugerindo que a vítima teria dado socos ou chutes. Entretanto, as investigações não confirmaram as alegações.

“Ele tentou ludibriar as autoridades. Tivemos acesso a câmeras no local que filmaram toda a ação. Em nenhum momento houve agressividade por parte do instrutor da autoescola, nem verbal nem física. Então essa essa farsa foi desmascarada e por isso nós resolvemos iniciar o indivíduo também por fraude processual no trânsito”, declarou.

O delegado afirmou que o suspeito segue em liberdade pois não foram encontrados elementos que sustentasse um pedido de prisão preventiva. “Nós não vemos elementos para poder solicitar a prisão preventiva dele. Mas isso não impede que os outros atores do sistema jurídico possam fazer. No entanto, entendemos que não há necessidade do pedido de prisão”, disse o delegado.

*Estagiário sob supervisão de Gledson Leão

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