Move ou BRT: trânsito mais humano em Belo Horizonte

Hoje em Dia
13/01/2014 às 07:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:18

A população da capital mineira espera ansiosa pelo início de operação do novo sistema de transporte coletivo – o Move, nome belo-horizontino para o BRT, um sistema inventado em Curitiba e adotado em várias cidades. São boas as perspectivas de melhoria do trânsito urbano, a partir do próximo mês.

A BHTrans calcula que a velocidade média dos veículos na região central de Belo Horizonte se eleve de 12 quilômetros por hora, atualmente, para 26 em
meados do ano, quando todo o sistema já estiver funcionando.

Para isso, além de 23,1 quilômetros de linhas exclusivas para os ônibus articulados do Move, que têm 18,6 metros de comprimento, a prefeitura conclui a construção de 40 estações de transferência e duas grandes estações de integração.

Outras providências são necessárias para que o sistema funcione bem. A BHTrans está fazendo mudanças na mão de direção de ruas e avenidas e em conversões para acesso a outras vias. As próximas estão previstas para esta semana, na região hospitalar.

É necessário, além disso, o treinamento dos que vão operar o novo sistema e criar um bom serviço de orientação aos usuários. Inclusive sobre o uso do Cartão BHBus, com o qual poderão fazer baldeações de ônibus convencionais para os do BRT e do metrô para qualquer deles.

Não se espera grandes dificuldades nessa área, pois mais de uma vez a população de Belo Horizonte deu demonstrações de que aprende rápido quando as inovações são de seu interesse imediato. E no momento, nada parece tão interessante quanto a melhoria do transporte coletivo.

Uma boa notícia, que precisa se tornar realidade, é que a empresa estatal responsável pelo trânsito em Belo Horizonte dá mostras de preocupação com os pedestres. Seu histórico não é bom nessa área.

Em entrevista para anunciar as mudanças que serão feitas nas próximas horas na praça Hugo Werneck, na região hospitalar, o diretor de Sistema Viário da BHTrans, Edson Amorim de Paula, disse que haverá ali prioridade para a travessia de pedestres. Essa seria uma das justificativas para a proibição de conversões dos veículos à esquerda na avenida Francisco Sales, que cruza a praça.

Pode dar tão certo nessa praça que talvez cheguemos ao dia, em outras partes da cidade, em que os pedestres não sejam mais obrigados a esperar no canteiro central, sujeitos a perigos ou a respingos de água de chuva espalhada pelos veículos em movimento, até que o sinal de pedestre abra e lhes permita concluir a travessia da avenida. Isso ocorre porque, até hoje, a prioridade da BHTrans é o veículo, não o homem.

Como o transporte coletivo começa a ser visto em Belo Horizonte como mais importante do que o transporte individual por automóvel, parece razoável ter esperança de um tratamento mais humano por parte das autoridades de trânsito.  

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