
Em meio ao improviso e à desinformação, a nova linha do Move, na avenida Pedro II, começou a operar no sábado (7). A estreia ocorreu junto às obras de conclusão da instalação dos abrigos dos pontos de ônibus, renovados para atender à linha troncal 5550 (Estação Pampulha/Estação Ponto São José).
Os usuários do transporte público precisaram dividir o espaço com operários e poeira e muitos desconheciam o trajeto do veículo articulado pela região. Apesar dos transtornos, não houve problemas no primeiro dia, em função da redução no movimento aos finais de semana. A prova de teste deverá ser feita somente amanhã, com milhares de passageiros transitando pelo local. “Não sabia que o BRT ia passar por aqui, descobri agora. Costumo utilizá-lo apenas nas proximidades do bairro Betânia (Zona Oeste), onde eu moro”, afirmou o estudante Richard Henrique, de 18 anos.
Além da surpresa, ele demonstrou insatisfação com o serviço e com a superlotação constante dos novos ônibus. “Considero ele regular, porque acho que havia outras melhorias na cidade que deveriam ter tido prioridade para serem feitas”, disse Richard.
Descontentamento
O professor de taekwondo Leonardo Nascimento, de 21 anos, ignorou a informação sobre a nova linha em operação e surpreendeu-se ao ver o Move circulando pela avenida Pedro II. Na opinião dele, porém, a novidade não solucionará o problema de mobilidade urbana de Belo Horizonte. “Esses ônibus estão sempre lotados e acho que não resolveram problema nenhum, pelo contrário, só pioraram”.
Além de se adequar ao Move, a avenida Pedro II passou por mudanças que afetarão os motoristas. Nas faixas da direita, nos dois sentidos, está proibido estacionar de segunda a sexta-feira, das 6h às 20h, e, aos sábados, das 6h às 14h. Aos domingos, o estacionamentos é liberado. Além disso, várias ruas adjacentes deixaram de ter acesso pela avenida Pedro II, já que a conversão à direita não é mais permitida em muitas delas.
A partir de amanhã, serão implantadas 517 vagas de estacionamento rotativo na região. O impacto dessas alterações deverá ser percebido, principalmente, pelos comerciantes instalados ao longo da avenida. Temendo queda no faturamento, eles já programam uma manifestação para amanhã, na altura do número 4.800.