
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), protestaram na tarde desta quinta-feira (25), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A manifestação ocorreu no dia em que o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão completa três meses. Até o momento, segundo a Defesa Civil, a tragédia já deixou 233 mortos e outras 37 pessoas estão desaparecidas
Conforme o MST, cerca de mil famílias do movimento foram afetadas na RMBH com a perda da produção. Atualmente, atingidos de diferentes cidades localizadas ao longo do Rio Paraopeba vêm recebendo da Vale um pagamento emergencial mensal, conforme acordado em 20 de fevereiro com o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e com as Defensorias Públicas do Estado e da União. O repasse é de um salário mínimo por adulto, meio salário mínimo por adolescente e um quarto de salário mínimo por criança. Estes valores não serão deduzidos das indenizações individuais.
"Nós vamos seguir na luta pelo direito das famílias atingidas, pelas mais de 300 vítimas, e para que a responsável, que é a Vale, pague por sua irresponsabilidade", afirma Cristiano Meireles, da coordenação estadual do MST.
A discussão em torno das indenizações vem ocupando diversas esferas. Na Justiça do trabalho, após atingidos recusarem uma proposta da empresa, ações foram movidas tanto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) como um grupo de sindicatos que representam os trabalhadores atingidos na tragédia. Nos dois casos, são pleiteadas indenizações que podem chegar a R$ 10 milhões para as famílias de cada morto, além de valores menores para os empregados sobreviventes.
O montante leva em conta um estudo interno da própria Vale, que apresenta uma metodologia elaborada pelo engenheiro norte-americano Robert Whitman em 1981, no qual o valor da vida é estipulado em US$ 2,56 milhões. Convertido para a moeda brasileira com base na cotação atual, esse montante equivale a aproximadamente R$ 10 milhões.
No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijãose rompeu, devastando a região e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Os rejeitos destruíram a área administrativa da mineradora e o refeitório.
A Vale afirmou que não houve nenhuma ocupação ou manifestação em área da empresa.
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