Deixar de usar a máscara contra a Covid em locais ao ar livre já é seguro em Belo Horizonte, atestam infectologistas e autoridades, devido ao avanço da vacinação e disseminação da variante Ômicron. No entanto, muita gente não vai abrir mão do equipamento de proteção nesse momento.

Medo de ficar doente, receio de levar o vírus para dentro de casa ou o simples hábito adquirido ao longo dos dois últimos anos são justificativas dadas nessa sexta-feira – primeiro dia em que a desobrigação passou a valer – pelo cuidado extra de parte dos moradores da capital.

Caso do assistente comercial Leonardo Diniz, de 20 anos. Ciente do decreto em vigor, ele avalia que a medida pode ser prejudicial. “As pessoas já não tinham o hábito de usar. Agora, com essa liberação, acho que a prática vai passar para todos os lugares, abertos ou não”.

Vindo para o Centro de BH de ônibus, ele citou que a maioria dos passageiros mal cobria a boca com o acessório dentro dos coletivos. “Se dependesse só de mim, até deixaria de usar. Mas, já tive Covid-19 e sei como é perigoso. Fico preocupado com meus pais, que moram comigo”.

A cozinheira Lidiane dos Santos, de 35 anos, também está preocupada. “Ainda tem muitos casos (da Covid), e em todos os lugares a gente vê uma aglomeração”. Ela lembrou dos cuidados com a família para sair da pandemia com saúde.

“Tenho dois filhos pequenos em casa e saio diariamente. Estou em contato com muitas pessoas no ônibus e também no trabalho, e mesmo com a vacina em dia, acho que vou continuar do mesmo jeito”, afirmou.

A favor

Apesar do receio de muitas pessoas, a publicação do decreto que dispensa o uso das máscaras também foi comemorada por outros moradores. Há quem diga que a desobrigação é a mais pura ‘sensação de liberdade’.

“É uma notícia ótima! Era muito ruim usar todo dia, em todo lugar. Ainda mais de óculos, que sempre fica embaçado e dificulta demais pra gente”, comemora o operador de máquina Joaquim Pereira, de 58 anos.

Morador de Ribeirão das Neves, na Grande BH, o bombeiro hidráulico Danilo Soares, de 27 anos, estava com o filho Victor, de 4 anos, na Praça Floriano Peixoto, na região Leste. Para ele, a decisão foi acertada.

“Estando em um lugar aberto, como aqui, me parece tranquilo. A gente vê tanta gente sem máscara em situações piores, como jogos e shows. Também pela vacinação, que está bem avançada, acho que esse tipo específico de situação pode ser positiva”, argumentou Danilo.