Dama do Crime: mulher apontada como interlocutora do Comando Vermelho é presa em BH
Suspeita exercia função central na comunicação entre lideranças da facção em diferentes estados
Uma operação da Polícia Civil (PCMG) prendeu, na manhã desta terça-feira (15), uma mulher de 38 anos, conhecida como ‘Dama do Crime’, apontada pelas forças de segurança como interlocutora do Comando Vermelho (CV), facção criminosa do Rio de Janeiro que se espalhou pelo país. Ela foi detida em uma casa no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte.
De acordo com a PCMG, a operação na capital, realizada pela 3ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes (DECCOF), em ação integrada com a Polícia Civil do Estado do Mato Grosso e a Agência Central de Inteligência da Sejusp, tinha como foco a suspeita, considerada figura estratégica na estrutura da facção criminosa.
"A ação ocorreu no âmbito da Operação Reversus, deflagrada pela Polícia Civil do Mato Grosso, que investigou uma organização criminosa envolvida em fraudes bancárias e lavagem de capitais. O nome da operação faz referência ao trajeto do dinheiro ilícito, que circulava entre diferentes estados para simular legalidade: os valores saíam do Mato Grosso, passavam por contas no Rio de Janeiro e retornavam ao estado de origem, aparentando licitude", informou a PCMG em nota.
Interlocutora do crime organizado
Segundo as investigações, a presa exercia função central na comunicação entre lideranças da facção em diferentes estados da federação, atuando especialmente na coordenação de ações interestaduais e no processo de ocultação e reinvestimento de recursos oriundos de crimes como o tráfico de drogas.
"Em Minas Gerais, a investigada já havia sido alvo de investigações e prisão anterior pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. As autoridades apontam que sua atuação criminosa teria se intensificado após o falecimento de seu companheiro, um conhecido integrante da mesma facção, na Bolívia", detalhou a polícia mineira.
A operação contou com a expedição de medidas cautelares contra 26 investigados e mais de 50 mandados de busca e apreensão, em diferentes estados do país.