Mulheres se unem em defesa do parto humanizado

Pedro Rotterdan- Do Hoje em Dia
05/08/2012 às 22:34.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:11
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O domingo na Praça da Liberdade foi de apelo por mais respeito às gestantes. A "Marcha pelo Parto Humanizado" pediu maior liberdade de escolha às mulheres que querem dar à luz sem ser por cesariana, ou livres de qualquer outro tipo de intervenção hospitalar. O tema da caminhada foi “O parto é da mãe, e não do médico”. Cerca de 60 pessoas participaram do ato.

Em 2011, aconteceram mais de 30 mil nascimentos em Belo Horizonte. Mais da metade deles, 52%, foi por meio de cesariana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que a cirurgia só seja feita em caso extremo.

A coordenadora do Movimento BH pelo Parto Normal, da Secretaria Municipal de Saúde, Sônia Lansky, afirma que se alguns procedimentos forem evitados, menos mortes podem acontecer. “Estamos na luta pela saúde pública. Temos que conscientizar as gestantes. Na rede particular, em BH, 80% dos partos são por cesariana. A operação passou a ser considerada ‘natural’, e não pode ser assim”.

Os envolvidos na luta acreditam que alguns obstetras optam pela cirurgia para “ganhar tempo”. “Eu estava com dilatação total e poderia ter minha filha apenas com esforço próprio. Mas o médico, contra minha vontade, me aplicou medicamentos, anestesia e ainda fez episiotomia (corte na vulva). Tudo para que ela nascesse mais rápido”, disse a auxiliar administrava Ana Paula Garcia. Uma hora após o parto, a filha dela morreu.

A dona de casa Priscila Freixinho já escolheu como vai ser o nascimento de Clara. “No meu primeiro parto, foi preciso intervenção porque fiquei muito nervosa na hora. Agora, estou mais bem preparada e informada. Não vou precisar de nada. Essa é a minha escolha”.

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