No país olímpico, metade da população brasileira torce o nariz para a prática de exercício físico

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
14/08/2016 às 22:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:22
 (Valéria Marques)

(Valéria Marques)

No país da Olimpíada, mais de 50% dos brasileiros são sedentários, conforme o Ministério da Saúde. Mas se você ainda não é adepto da prática esportiva, saiba que a ocasião é favorável. Inspire-se no momento olímpico e inclua exercícios físicos na rotina. Depois de procurar um médico, claro. Do contrário, a busca por uma medalha (corpo saudável) pode acabar deixando você fora do pódio. 

O alerta é feito pela fisiatra Cláudia Fonseca Pereira, do Comitê de Especialidades da Unimed-BH, que reforça: além do emagrecimento, os exercícios regulares previnem até problemas clínicos. “Os benefícios são enormes, inclusive reduzindo os riscos de doenças crônicas”.

Foi o que constatou a advogada Danielle Marques, de 37 anos. Com depressão, há três meses ela decidiu retornar à academia depois de nove anos sem praticar esportes. “O bem-estar que estou sentindo é impressionante. Não paro nunca mais”, garante.

Antes de iniciar as atividades físicas, Danielle fez a avaliação como recomendado e até uma consulta com a nutróloga. Sem apresentar problema de saúde, exames específicos não foram necessários.

Análise minuciosa

Porém, testes mais aprofundados são essenciais quando a pessoa com algum tipo de doença quer começar a vida esportiva. “É preciso uma avaliação geral. Verificar a idade, quais os riscos que esse paciente já apresenta”, detalha Cláudia Fonseca.

Doenças arteriais coronarianas, inclusive, são as enfermidades que mais requerem atenção. Exercícios físicos sem acompanhamento médico podem agravar a situação, provocando arritmia e até levar à morte.

Conhecer o histórico familiar do paciente também é imprescindível. “Se existem casos de angina, infarto ou morte súbita. Além disso, é preciso saber se ele fuma e bebe. Até a obesidade é levada em consideração na hora de indicar o tipo de atividade”, frisa a especialista.

E é na parceria com o educador físico que o médico se apoia para indicar a modalidade para o início das atividades, conforme o perfil do aluno. “Não escolhemos o que ele vai fazer, depende do que gosta. Porém, analisamos as condições de saúde e físicas para ver a frequência que ele aguenta”, observa o personal trainer Frederico Costa.

O profissional ressalta, por exemplo, que um aluno com escoliose não pode sobrecarregar a coluna. “Como tempo é possível reduzir a limitação e até eliminá-la. Não significa que ele nunca poderá fazer um agachamento com barra nos ombros. Mas isso deve ser avaliado pelo preparador físico”.

A avaliação física feita na própria academia, conforme a fisiatra Cláudia Fonseca , é válida mas não indica se o aluno tem doenças coronarianas. O teste, portanto, é um parâmetro para controlar a evolução do praticante, como por exemplo a redução do percentual de gordura, ganho de massa muscular e condicionamento físico

Wesley RodriguesEM DUPLA – Leonardo (esq) e Fábio participam de grupo on-line que planeja corridas

Grupos na internet incentivam os atletas iniciantes 

Estimulado pelas provas de triathlon que via pela televisão, há 20 anos o corretor de imóveis Leonardo Magalhães, de 45, começou a se exercitar e não parou mais. Hoje, ele ajuda a coordenar uma página no Facebook de praticantes de corrida e encontra nas redes sociais mais estímulo para continuar na ativa.

O grupo tem mais de 1.500 participantes, conta Leonardo. Há, inclusive, profissionais da área de educação física que orientam os corredores, que se reúnem em eventos para praticar o esporte. “Não somos uma assessoria, apenas nos juntamos para correr. Mas, só de estarmos unidos, um acaba incentivando o outro. E, claro, orientamos aos iniciantes a procurarem um médico para avaliar as condições físicas”.

ducador físico da Cia Athlética)

Um dos participantes é o securitário Fábio Gumiero de Souza, de 50 anos. Ele, que se exercita há uma década, garante que a atividade em grupo é um grande estímulo. “Você desanima se está correndo sozinho, o psicológico acaba vencendo a vontade de fazer atividade física. Antes da corrida com o grupo, brincamos, conversamos. Um motiva o outro. É muito bom”.

“Nesses casos, a orientação é a mesma. Se a pessoa encontrou em grupo o incentivo para iniciar os exercícios, ela deve procurar ajuda especializada para saber se tem algum problema de saúde”, alerta o educador físico Lino De Moro, da Cia Athlética.

Atenção

O preparador também chama a atenção para o perigo da ingestão de medicamentos e suplementos que auxiliam na perda de peso ou no ganho de massa muscular. “Muitas pessoas querem resultados rápidos e recorrem a substâncias porque conhecem alguém que tomou e teve bom resultado. A prescrição de medicamento só cabe a especialistas, como endocrinologistas e nutricionistas”, frisa.

Se começou a praticar esportes da maneira certa, o especialista afirma: é só aproveitar. “A saúde em declínio está mais suscetível ao aparecimento de patologias. Mas deixar a vida sedentária proporciona melhora do organismo, do sistema cardiorrespiratório, diminui o risco de morte prematura e controla os níveis de colesterol e glicose, entre muitos outros benefícios”, afirma Lino De Moro.Editoria de Arte / N/A

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