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Nova lista com nomes de 1.852 servidores vacinados em Minas mostra que 134 estão em home office

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
18/03/2021 às 12:48.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:26

(Tânia Regô/ Agência Brasil)

Nova lista com mais 1.852 servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), vacinados contra a Covid-19, foi entregue à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os servidores que supostamente furaram a fila de prioridade da imunização trabalham nas superintendências regionais do interior do Estado. No documento, há assessores, funcionários da Farmácia de Minas e até pessoas que estão em home office. 

São 134 profissionais imunizados que estão em regime de teletrabalho. Em entrevista nesta quinta-feira (18), à Rádio CBN Juiz de Fora, o governador Romeu Zema confirmou a situação. Ele disse que, até o momento, ainda não há uma conclusão sobre a investigação. “Eu, como governador, havia dito que só seria vacinado de acordo com a ordem cronológica da vacinação, quando chegar a minha vez e aceitaria qualquer vacina que chegasse. Pelo que percebi, são informações preliminares. Foram vacinadas pessoas da área da saúde e que inclusive estavam em home office. Não foi conduzido da forma mais adequada, mas as apurações que vão determinar isso”, disse Zema. 

Segundo informou a Assembleia na noite de quarta-feira (17), “o novo documento foi encaminhado por e-mail, o que não é usual, especialmente em decorrência da seriedade do assunto”. A lista foi encaminhada aos sete membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos “Fura-Fila” para investigação.

De acordo com a SES, os servidores trabalham no interior de Minas e foram vacinados conforme campanhas de imunização e critérios de cada cidade.“A lista refere-se às 27 Unidades Regionais de Saúde que procederam conforme critérios dos municípios de referência e segundo Deliberação entre os gestores municipais e estaduais por meio da Comissão Intergestores Bipartite do SUS MG – CIB, de 9 de fevereiro de 2021”, afirmou em comunicado enviado à imprensa.

Ainda segundo a pasta, o documento esclarece que fazem parte dos grupos iniciais prioritários os trabalhadores das Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e órgãos estaduais de saúde que, em razão de suas atividades, tenham contato com o público.

“A SES-MG ressalta que cada município é responsável por operacionalizar sua campanha de vacinação. Só puderam se imunizar, nesse momento, os trabalhadores que: exerçam suas atividades na Rede de Frio Estadual, Centrais Regionais de Regulação Assistencial, Farmácias de Minas e Almoxarifado para garantir o funcionamento desses serviços; trabalhadores que estão ou necessitam (com justificativa) ir para o campo (investigação, inspeções sanitárias, vistorias e visitas técnicas), garantindo que as ações sejam executadas nos territórios, principalmente os municípios em situação crítica para a Covid-19; trabalhadores que precisam executar suas atividades presenciais para reduzir o risco de disseminação da doença e provocar, como consequência, um surto por Covid”, finalizou.

No último dia 12 de março, uma primeira lista foi entregue à ALMG com nomes de 828 servidores da pasta, entre eles o até então secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. Todos eles, porém, lotados em Belo Horizonte. Somados, os dois documentos apresentam mais de 2.600 nomes. Por conta da polêmica, na ocasião, o governador Romeu Zema (Novo) definiu pelo afastamento do ex-secretário anunciou Fábio Baccheretti como novo titular da pasta.

Hoje em Dia não publicou os nomes de ambas as listas porque o caso está sob apuração. Ainda não há confirmações se essas pessoas não deveriam, de fato, receber a imunização, ou se fazem parte de algum grupo prioritário. 

Vacinação lenta

Na entrevista à CBN, o governador avaliou como lenta a vacinação contra a Covid-19 em todo o território brasileiro e voltou a dizer que Minas negocia com cinco laboratórios a compra de mais imunizantes. “A vacinação no Brasil como um todo poderia estar mais rápida, mas vale lembrar que dentro do contexto América Latina, nós só temos o Chile melhor que o Brasil. Mas, infelizmente, o governo federal não conduziu de forma adequada no ano passado o convenio com laboratórios e hoje nós temos pago um preço muito alto por essa questão”, disse.

O chefe do Executivo estadual também considerou a vacinação como solução definitiva para frear o novo coronavírus e disse que o Estado está fazendo o que “está ao alcance”. “Essa realmente é a solução definitiva para tudo isso que estamos vivendo. Caso contrário, vamos ter que continuar fazendo esse tipo de medidas, que é aquilo que não queremos”, afirmou, referindo-se à Onda Roxa, medida mais restritiva do programa Minas Consciente e que entrou em vigor em todo o Estado na quarta-feira.

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