
A mais nova moradora do Zoológico de Belo Horizonte já está "disponível para receber visitas". A onça Maya passou por um período de quarentena e, de acordo com a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica da capital, foi aprovada nos exames e se adaptou bem ao novo ambiente, o que a credenciou para ser levada para o recinto de visitação.
Maya chegou em abril, vinda do Animália Park, em Cotia (SP). Ela completou um ano nessa terça-feira (3). Durante a quarentena, foi acompanhada diariamente pelas equipes de veterinários e biólogos do Zoo com monitoramentos da saúde, além de questões comportamentais. De acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (4) pela Prefeitura, o felino está saudável e apresentou uma boa adaptação ao novo ambiente, mostrando-se tranquila e também interativa aos estímulos.
“A transferência da Maya para o recinto de visitação, após a quarentena de sucesso, será um presente aos belo-horizontinos, uma vez que junho é um mês com diversas comemorações ambientais importantes. Além disso, receber um animal considerado como um dos símbolos da fauna brasileira, representando a força, a beleza e a diversidade da natureza do nosso país, além de ser o maior felino das Américas e um dos maiores do mundo, ratifica a qualidade do nosso corpo técnico (biólogos, veterinários, zootecnista, cuidadores de animais) e a dedicação do nosso trabalho ao ponto de sermos reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, integrando Programas de Conservação ex situ enquanto Jardim Zoológico de Belo Horizonte”, conta a bióloga e diretora da Zoobotânica de BH, Sandra Cunha.
Maya é uma espécie do Cerrado brasileiro. A onça pintada aparece nas Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas de Extinção nas seguintes categorias: “Quase ameaçada” (IUCN, 2021-2) e “Vulnerável” (ICMBio, 2014), o que indica enfrenta risco de extinção em curto prazo no Brasil.
De acordo com informações da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, o Brasil já perdeu quase 40% de sua vegetação original, sendo que mais da metade dessa perda pode ter ocorrido nos últimos 40 anos, quando se acelerou o desmatamento no Cerrado e na Amazônia. Essa é uma espécie que precisa de grandes remanescentes de vegetação natural para sua sobrevivência, portanto a perda populacional da espécie é muito mais acelerada do que a perda de áreas. Desta forma, a diminuição da subpopulação de onças-pintadas no Brasil, nos últimos 27 anos (três gerações), é estimada em cerca de 30%.
No que diz respeito a rotina, a onça pintada possui hábitos, principalmente, crepusculares e noturnos. Costuma descansar boa parte do dia perto de rios e lagoas, mas sem deixar de se movimentar. Ao entardecer, aumenta a atividade, deslocando em busca de presa. Nas primeiras horas da manhã, torna-se ainda mais ativa, já que esse período é propício à caça. Nada e mergulha com grande agilidade e é excelente escaladora e sobe em árvores com facilidade.
* Com informações da PBH