Obra do BRT fecha as portas do comércio na Santos Dumont

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
01/09/2013 às 07:44.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:31

Até o final do ano, pelo menos mais cinco estabelecimentos comerciais localizados na avenida Santos Dumont, no Centro de Belo Horizonte, deverão fechar as portas, a exemplo do que já ocorreu com outras dez lojas, desde maio do ano passado, quando tiveram início as obras de implantação do Transporte Rápido por Ônibus (BRT, na sigla em inglês).

A intervenção, que se arrasta há quinze meses e bloqueou completamente o tráfego de veículos na via, tem levado os comerciantes a refazer os cálculos do prejuízo. Atualmente, segundo levantamento da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), a maior parte dos mais de 200 lojistas enfrenta dívidas trabalhistas e com fornecedores, além de ações de despejo.

Fim da linha

Proprietária de uma loja de bolsas e acessórios femininos, Dang Wi considera a possibilidade de encerrar o negócio, caso as obras não sejam concluídas até dezembro, conforme anunciou a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, no último cronograma apresentado, em junho.

“A loja é grande, mas só fica vazia. Nem os funcionários querem trabalhar mais. Tem mês que não vendo nem R$ 1.000”, afirma Dang.

Outra reclamação dos lojistas é o fechamento do canteiro de obras com tapumes, no trecho entre as ruas da Bahia e São Paulo. A falta de visibilidade, segundo eles, tem afastado ainda mais os consumidores, que estão deixando de atravessar a avenida para comprar do outro lado.

“As pessoas só passam por aqui, não param mais, e muitas ainda reclamam da poeira e da confusão do trânsito no entorno. Eu preciso trabalhar, mas quase desisto de chegar aqui, então, imagina os clientes”, diz Sandra Aparecida Silva, gerente de uma loja de balas e doces.

Segundo o presidente da Associação dos Lojistas do Hipercentro, Flávio Assunção, a previsão original era a de que as obras terminassem em 15 de outubro do ano passado. “Hoje, o que se vê é uma quebradeira geral e perdas gigantes de empregos e faturamento. Desse jeito, podemos ter até mais de cinco lojas fechadas até o fim do ano”.

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