NOVO VIADUTO

Obra na Waldomiro Lobo causa transtorno a comerciantes, que ameaçam fechar as portas e ir à Justiça

Pedro Santos*
pedro.sousa@hojeemdia.com.br
13/09/2023 às 14:06.
Atualizado em 14/09/2023 às 12:36
Apesar da promessa de mais fluidez no tráfego do vetor norte, quem passa, reside ou trabalha por lá reclama dos problemas diários (Valéria Marques)

Apesar da promessa de mais fluidez no tráfego do vetor norte, quem passa, reside ou trabalha por lá reclama dos problemas diários (Valéria Marques)

As obras do novo viaduto no cruzamento das avenidas Cristiano Machado e Waldomiro Lobo, na região Norte de Belo Horizonte, têm provocado transtornos a motoristas, moradores e comerciantes. Apesar da promessa de mais fluidez no tráfego do vetor norte, quem passa, reside ou trabalha por lá reclama dos problemas diários. Alguns empresários já cogitam, inclusive, fechar as portas e até acionar a Justiça.

Nesta semana, mais uma etapa da intervenção foi iniciada, com a interdição da travessia de veículos na Waldomiro Lobo entre os bairros Guarani e Planalto. Desvios e mudanças no transporte coletivo foram necessárias. No entanto, as alterações implantadas para garantir a mobilidade de quem deseja acessar os bairros não agradaram.

Caso da comerciante Francis Hermsdofs, de 56 anos. Uma das proprietárias de uma loja de motos na avenida Waldomiro Lobo, ela acredita no benefício da obra para a região, mas afirmou que os transtornos têm inviabilizado o negócio. Segundo ela, os clientes não têm mais acesso às lojas.

“Antes eles passavam na porta da loja, agora não. A  obra afetou 100% nas vendas. Não estamos conseguindo ter fluxo de vendas. Não estamos conseguindo vender nada”. De acordo com Francis, o grupo fez uma reunião e já avalia fechar a loja.

Além da queda nas vendas, a comerciante do ramo de tintas, Natiele Alves Reis, de 41 anos, diz que as obras aumentam a sensação de insegurança na região. Ela relatou que o baixo fluxo de pessoas tem incentivado assaltos.

“Fomos roubadas após o início da obra. Cortaram os fios do relógio, ficamos sem luz e tivemos que realocar os funcionários para a outra loja que temos. Estamos sem nenhuma segurança, durante o dia e à noite. Com a obra, a rua fica muito deserta", diz Natiele Reis.

Natiele afirmou que diante do impacto negato nas vendas, a empresa pretende recorrer à Justiça. "As vendas caíram mais de 30%. Estamos consultando advogados para saber se podemos receber alguma indenização e pretendemos recorrer. Como vamos vender se o cliente não vai até a nossa porta?”, questiona. 

Andamento da obra e o que diz a PBH

A avenida Cristiano Machado é um importante corredor de acesso às regiões Norte, Pampulha e Venda Nova, e também ao hipercentro da capital, além de ser rota ao Aeroporto de Confins. Já a Waldomiro Lobo exerce importante papel no tráfego das regiões Nordeste, Norte e Pampulha.

Além das melhorias no trânsito - a obra têm como objetivo dar mais fluidez ao tráfego - , a intervenção prevê adequações na circulação de pedestres e a requalificação urabana, melhorando o acesso à estação de metrô Waldomiro Lobo. As obras e serviços vão custar aproximadamente R$ 104,8 milhões. A previsão de término é para o 2º semestre de 2024.

Por meio de nota, a PBH lamenta os transtornos, mas afirma que as obras se mostram "extremamente necessárias" para promover o aumento da capacidade de tráfego na região, reduzindo congestionamentos e melhorando acessibilidade aos bairros vizinhos.

Por nota, a Polícia Militar informou que tem adotado medidas para coibir roubos, furtos e demais crimes violentos na região. Conforme a corporação, os índices de violência na região tem sido "mantidos" na comparação com 2022. Além disso, existe uma base de segurança a menos de 200 metros do local da obra. A PM também orienta as pessoas a ligar para o “190” em caso de emergência policial ou para o disque denúncia, pelo telefone “181”. .

* Estagiário sob supervisão de Renato Fonseca

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