Cerca de 50 pessoas ainda ocupam o saguão principal da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), no Centro, e esperam ser recebidas pelo prefeito Marcio Lacerda na tarde desta segunda-feira (29). Os manifestantes são moradores das comunidades "Dandara" e "Eliana Silva", além de representantes do "Brigadas Populares" e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).   Ainda durante esta tarde, a PBH fechou as portas alegando motivos de segurança e na tentativa de evitar que mais manifestantes entrassem. Dessa forma, um grupo permanece no interior do prédio, enquanto outro está do lado de fora.   Segundo Luara Colpa, do Brigadas Populares, os guardas municipais que fazem a segurança do local impediram que os manifestantes recebessem marmitas e ainda proibiram que uma mãe pegasse seu bebê para amamentar. "Estamos sem comer e uma mãe precisou amamentar o filho pelas grades da prefeitura porque foi impedida de pegar a criança e trazê-la aqui para dentro", afirmou.
 

Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia   Já por volta de 21h30, houve relatos de uso de gás de pimenta no local, mas a informação não foi confirmada. O grupo que permanece no local reclama que estão sendo impedidos de receber alimento e bebida dos manifestantes que se concentram na área externa da PBH. Entretanto, um manifestante informou que às 22 horas dois representantes da Defensoria Pública conseguiram que o grupo tenha acesso a água e comida e possa utilizar os banheiros do prédio.   Os manifestantes reivindicam a regularização fundiária das ocupações urbanas e alguns direitos básicos à população que reside nestes locais, como acesso a água tratata, esgoto, e energia elétrica. "Temos uma pauta específica para tratar com o prefeito Marcio Lacerda, mas essas são basicamente as nossas reivindicações", afirmou Luara.   Ela defendeu ainda a desmistificação dos moradores de ocupação que, segundo ela, sofrem discriminação e preconceito na hora de conseguir um emprego.    Ainda segundo a militante, as reivindicações apresentadas nesta segunda-feira são antigas, mas até hoje não foram atendidas pelo prefeito. "A gente protocolou um pedido de reunião junto ao Marcio Lacerda no dia 10 de julho, mas até agora ele sequer recebeu o pedido. E é por isso que estamos ocupando a sede da prefeitura e vamos continuar aqui até que o prefeito nos receba", garantiu.   Em nota, a PBH informou que os participantes do ato foram recebidos pelo Secretário Municipal de Governo, Josué Valadão, no início da tarde. "Neste encontro, a prefeitura se comprometeu a realizar no próximo dia 8 de agosto uma reunião, com a presença do prefeito Marcio Lacerda, para discutir temas relativos à política habitacional do município", diz a nota.   Mas, segundo o representante do MLB, Fernando Alves, a reunião divulgada pelo governo com sendo um encontro com integrantes das ocupações, na verdade é uma reunião do Conselho Municipal de Habitação. "Queremos uma reunião direta com o prefeito pra discutir principalmente a questão das ocupações que já receberam inclusive ordem de despejo da Prefeitura, como é o caso da Eliana Silva, no Barreiro. Mas essa reunião que dizem que foi marcada não atende às nossas reivindicações porque as ocupações da capital não fazem parte do Conselho Municipal", disse.   Em uma segunda nota divulgada à imprensa, a PBH ressaltou projetos desenvolvidos em habitação e a construção de moradias populares na capital mineira. Além disso, o órgão informou que em nenhum momento impediu a saída de manifestantes do interior da Prefeitura. "Durante o mesmo encontro na tarde desta segunda-feira, os representantes da Prefeitura expressaram de maneira clara e objetiva que nenhum manifestante estava proibido de deixar o prédio da administração municipal, inclusive a mãe que, segundo os ocupantes, precisava amamentar o filho. Por questões de segurança, foi impedida a entrada de pessoas no prédio da PBH".        Confira o vídeo divulgado pelo Comitê dos Atingidos pela Copa (Copac) que mostra a mãe amamentando a criança pelas grades da PBH  

Atualizada às 22h13

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