
Em meio à uma onda de calor extremo, com recorde de temperatura máxima em Belo Horizonte, com 38,6°C, quase metade das fontes de água das praças e parques está desativada. Dos 21 equipamentos públicos, nove estão inoperantes por furtos, vandalismo ou manutenções.
Mais do que ornamentar os espaços, os dispositivos ajudam a regular a umidade do relativa ar, amenizando os dias quentes e proporcionando maior conforto térmico às pessoas, destaca a professora Paula Barros, da Escola de Arquitetura da UFMG.
“A presença de fontes e chafarizes diminui a temperatura local. Em períodos de altas temperaturas, a sensação de calor será amenizada para a população que frequenta estes espaços”, acrescenta a professora.
Paula Barros também destaca que todos os elementos inseridos nestes locais fazem parte de um planejamento urbanístico. Para a professora, a presença de fontes nos espaços públicos em harmonia com outros elementos naturais qualifica a experiência urbana e tornam as praças e parques atrativos.
“É pensado e concebido para o bem-estar e a saúde física e mental da população. Diminuem o stress, a ansiedade, a depressão. Estar perto desses locais onde é possível ouvir o barulho da água promove benefícios intangíveis e imensuráveis, de relaxamento, tranquilidade e até de mascarar a poluição sonora”.
Problema social
A desativação das fontes também é um problema social para o poder público. A docente lembra que os dispositivos estão em áreas centrais e em pontos turísticos, onde há maior movimentação de pessoas, inclusive da população em situação de rua. No entanto, ela reconhece o “tamanho” do problema.
“A manutenção requer investimento. É um grande problema para a prefeitura, com recursos limitados, definir onde o dinheiro será investido. Em uma cidade com uma série de problemas é desafiador definir onde alocar recursos que vão promover qualidade de vida para a população”.
Fontes desativadas
Segundo a PBH, os principais motivos para a desativação são furtos de cabos de energia e depredação. A prefeitura diz que estuda alternativas para evitar os crimes.
Uma fonte de grande importância, mas inoperante, é a da Praça da Estação, no Centro. Na última semana a prefeitura anunciou que o ponto turístico passará por reforma, com prazo de 300 dias. O local ficará fechado.
Os trabalhos incluem a troca de pisos, canaletas e grelhas danificadas, além da recuperação e instalação de bancos e lixeira e paisagismo.
Veja a relação das fontes em BH:
Praça da Liberdade: 3 fontes
Diariamente, 6h às 9h, 11h às 14h e 17h às 21h
Todas em funcionamento, exceto nos dias de limpeza
Praça Raul Soares: 1 fonte
Segunda a sexta, das 8h às 10h, 12h às 14h
Em funcionamento, exceto nos dias de limpeza
Praça Diogo de Vasconcelos (Savassi): 4 fontes
Diariamente, 9h às 14h
Todas em funcionamento, exceto nos dias de limpeza.
Praça Rui Barbosa (em frente à Praça da Estação): 2 fontes
Desativadas
Praça Godoi Betônico (próximo ao Museu Histórico Abílio Barreto): 1 fonte
Desativada
Praça da Estação: 2 fontes secas (águas que saem do chão)
Desativadas; local passará por reforma
Praça Carlos Chagas (Assembleia): 3 fontes
- Painel Burle Marx: segunda a sexta, 11h às 14h
- Outras 2 fontes: desativadas
Parque Ecológico da Pampulha 1 fonte
Acionada regularmente, mas não diariamente
Parque Jacques Cousteau: 1 fonte
Em funcionamento
Parque Roberto Burle Marx: 1 fonte
Em funcionamento
Parque das Mangabeiras Maurício Campos:
Em manutenção
Parque Rosinha Cadar
Em manutenção
Além das fontes, o Parque Municipal tem três cascatas, todas em funcionamento.