A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na madrugada desta quarta-feira (6), a Operação Nêmesis para desmantelar um esquema de desvio e tráfico de cetamina. A substância, um anestésico de uso veterinário, vinha sendo usada de forma recreativa. No Brasil, traficantes a utilizam para produzir droga sintética.
A operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em quatro cidades: Belo Horizonte, Betim e Perdões, em Minas Gerais, e Valparaíso, em Goiás. Os alvos são cinco pessoas físicas e cinco empresas do ramo veterinário, incluindo clínicas, agropecuárias e distribuidoras de medicamentos.
Durante as diligências, foram apreendidos mais de 4 mil frascos de 50 ml de cetamina, o que configura a segunda maior apreensão da substância já registrada no Brasil. A quantidade seria suficiente para anestesiar aproximadamente 100 mil gatos ou 4 mil cavalos, segundo estimativas da polícia. Ninguém foi preso na operação.
As investigações apontam que o grupo falsificava receitas e notas fiscais veterinárias para desviar os medicamentos para o mercado ilícito. Os suspeitos devem responder por tráfico e associação para o tráfico, além de falsificação de documento particular. O último crime pode resultar em pena de até cinco anos de reclusão.
Além dos frascos da droga, a polícia recolheu documentos, celulares e computadores, que serão periciados e usados para rastrear a cadeia de distribuição da cetamina. A operação contou com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais e do Ministério da Agricultura.
O que é a Cetamina?
A cetamina (também conhecida como quetamina ou ketamina) é um anestésico dissociativo de uso veterinário, principalmente em animais de grande porte. A substância também é usada em tratamentos de depressão resistente.
Quando utilizada como droga recreativa, a cetamina causa efeitos psicoativos severos, como dissociação mental e alucinações. Seu uso abusivo pode levar à dependência química e, em casos extremos, à morte.
No Brasil, traficantes utilizam essa substância para produzir uma droga sintética traficada com o nome de "special k", “Key”, “Keyla” ou “Keta”.