Policial encontrada morta

Pai de escrivã pede transparência nas investigações, clama por justiça e desabafa: ‘estou derrotado'

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
07/07/2023 às 12:30.
Atualizado em 07/07/2023 às 13:06
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

A morte da policial civil Rafaela Drumond foi debatida pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta sexta-feira (7). A audiência discutiu denúncias de assédio moral e sexual na PCMG.

Aldair Divino Drumond, pai da escrivã encontrada morta na casa onde morava, em Antônio Carlos, no Campo das Vertentes, esteve na ALMG e voltou a falar sobre o sofrimento enfrentado pela família. "É com muita tristeza que eu falo que, hoje, eu me sinto um homem derrotado”. 

Além dos pais de Rafaela, estiveram na reunião autoridades do Executivo, sindicatos da categoria e convidados. O caso segue em investigação na corporação. A suspeita é que a escrivã tenha tirado a própria vida em 9 de junho deste ano após suposto assédio moral e sexual de superiores.

Um dos pontos apresentados na audiência foi a criação de um Projeto de Lei Complementar (PLC) ao Estatuto do Servidor Público (ESP), proposta pelo deputado estadual Professor Cleiton (PV), que prevê “exoneração imediata” de servidores que cometerem assédio moral contra colegas de trabalho. 

Para o deputado, o caso da escrivã é “uma situação micro, em um universo macro”, não só no âmbito da Policia Civil. “Nós temos denúncias gravíssimas de assédio moral na administração pública, em todos os setores, na Educação, na Saúde, no Meio Ambiente. Estamos colocando aqui punições severas para o assediador, no Estatuto do Servidor Público de Minas Gerais, acreditando que vamos coibir essa prática recorrente, para que o servidor possa prestar o serviço público de qualidade não tendo a sua saúde afetada”, justificou o parlamentar.

Para o pai de Rafaela, a medida pode salvar a vida de outras mulheres. “Podemos salvar muitas outras moças que estão vivendo o que minha filha sofreu. Que isso sirva de exemplo". Ele pede também justiça e transparência nas investigações. 
 
Aline Risi, diretora de Assuntos da Mulher Policial da Confederação Brasileira de Policiais Civis, disse que está acompanhando a corregedoria e solicitou à chefia que sejam afastados ou transferidos os policiais supostamente envolvidos para que a investigação seja imparcial. 

Ela destacou ainda a saúde mental dos policiais civis que se sentem vulneráveis diante de perseguições que ocorrem na instituição, devido à falta de efetivo, à sobrecarga de trabalho e à falta de equipamentos.

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