Ameaça a escolas

Paixão por armas, postura de hacker, crueldade com animais: sinais de que seu filho precisa de ajuda

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
12/04/2023 às 22:15.
Atualizado em 12/04/2023 às 22:17
 (Freepik)

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Ameaças de ataques a escolas e universidades tomam conta dos noticiários e das redes sociais nos últimos dias. Não bastasse o terror já espalhado, diariamente fake news levam ainda mais pânico aos pais, estudantes e professores. Separar a "violência real" das "brincadeiras de mau gosto" desafia as autoridades. Ainda assim, as famílias podem - e devem - identificar comportamentos de um possível agressor.

Dicas preciosas para barrar essa violência foram elaboradas pela pediatra mineira Mariele Rios. Com mais de 300 mil seguidores só no Instagram, a médica criou uma espécie de manual para alertar e tranquilizar pais e mães. Para tanto, pesquisou a fundo estudos americanos do Departamento Federal de Investigação (FBI) e Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Homeland Security) sobre segurança nos colégios. Ela sintetizou os principais tópicos em uma postagem nas redes sociais.

Mariele Rios conta que a principal característica de um agressor é o contexto social, familiar ou econômico no qual ele está inserido. A especialista diz que na grande maioria dos casos, essas pessoas foram vítimas de bullying ou viveram situações de exclusão. 

Podem ser também pessoas com histórico de isolamento ou de violência dentro de casa. De acordo com a pediatra, elas são psicologicamente vulneráveis, sendo seduzidas a ganhar algum tipo de atenção ou respeito de forma violenta e criminosa. 

Além disso, a pediatra explica o principal perfil do agressor: sexo masculino, alunos ou ex-alunos, com idade entre 13 e 18 anos. E ao contrário do senso comum, não necessariamente um portador de um distúrbio mental. 

Alerta aos pais

Após semanas de estudos, Mariele Rios sintetizou os principais sinais que os pais podem identificar. O mais importante é o comportamento das crianças na internet, seja consumindo ou pesquisando conteúdos violentos. Veja o que observar:

  • Comportamento de ameaça e violência;
  • Vigilância prolongada em monitorar algo ou alguém;
  • Busca exagerada de conhecimento específico;
  • Roubo de itens específicos, como crachás e uniformes, de uma instituição;
  • Questionamentos excessivos;
  • Violação/intrusão de áreas restritas;
  • Comportamento hacker;
  • Armazenamento de armas, facas, explosivos ou qualquer material destrutivo;
  • Comportamento de ódio e falta de paciência extrema;
  • Crueldade com animais;
  • Fascínio inapropriado por ataques, tiroteios e idolatria de outros agressores;
  • Mudanças agressivas e repentinas no visual;
  • Vandalismo;
  • Isolamento da família e amigos

A pediatra destaca que também é fundamental que os pais e responsáveis ensinem crianças e adolescente a acolher as diferenças dos colegas, além de conversar em casa sobre bullying, discriminação e preconceito.

O papel da escola

A escola também deve acompanhar o comportamento dos estudantes, as formas de expressões e a saúde emocional. É essencial que as instituições treinem os professores a observarem o que acontece dentro da sala de aula, interceptando e auxiliando  os estudantes. 

“As ações devem mirar o cuidado com a saúde mental desses menores. Quando agimos na esfera psicológica dos agressores, as chances deles cometerem um atentado são reduzidas. É necessário estar próximo e enxergar quem está pedindo para ser visto”.

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