No Vaticano

Papa Francisco abençoa bandeira de Minas e ganha obra de arte sacra e café em encontro com Zema

Líder religioso ressalta luta pela liberdade e instinto de pacificação dos mineiros em encontro com o governador

Da Redação*
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Publicado em 13/09/2023 às 09:05.
Zema esteve nesta quarta-feira com o Papa Francisco

Zema esteve nesta quarta-feira com o Papa Francisco

O governador de Minas Romeu Zema (Novo) participou de audiência pública com o Papa Francisco, nesta quarta-feira (13), em tradicional cerimônia no Vaticano, em Roma. Além de acompanhar a celebração, o mineiro presenteou o pontífice com um conjunto de palmas barrocas consideradas Patrimônio Histórico de Sabará, na Grande BH. Além disso, o líder religioso recebeu um café especial da região de Campos Altos.

Comumente, nas manhãs de quarta-feira o Papa recebe autoridades e fiéis na Praça São Pedro, para uma celebração ao ar livre. O governador falou sobre a relevância da arte sacra mineira para o mundo, lembrando que a escolha da obra entregue reforça a preservação das tradições seculares do barroco, encantando turistas com as belezas conservadas das cidades históricas e o trabalho dos artistas ainda hoje inspirados pela tradição.

“Tive a satisfação de encontrar com o Papa, aqui no Vaticano, e considero um encontro extremamente emocionante, pois foi a primeira vez. Pedi a ele que reze por Minas e que abençoe nossa bandeira e os mais de 20 milhões de mineiros”, disse o governador.

Segundo informado pela assessoria de Zema, na conversa com o governador, o Papa ressaltou o instinto dos mineiros pela pacificação e a bravura de lutar por liberdade. “Uma vez ouvi a história de que os mineiros lutam para não fazer a guerra, nunca. Mas, quando estão na guerra, lutam porque não querem terminar”, disse o líder religioso.

Palmas barrocas

A obra levada ao Vaticano é um par de palmas barrocas assinadas pelo artista George Helt, de 74 anos. Trazidas ao Brasil por Dom João VI, se tornando um item comum na ornamentação de celebrações católicas por todo o país desde o período colonial, as palmas barrocas são adornos tradicionalmente usados para enfeitar altares e oratórios, conhecidas por terem alto grau de manipulação do metal e do ouro para a produção de sofisticados detalhes entalhados nas peças. “Esse trabalho tinha a função de provocar admiração e espanto às pessoas nos espaços sagrados. Por isso, se tornaram tão importantes na cultura barroca”, justifica Helt.

Sabará, uma das cidades históricas inseridas no ciclo do ouro de Minas Gerais, desenvolveu uma tradição própria de confecção das palmas barrocas.

“Sabará foi a cidade que manteve essa cultura, principalmente as mulheres que se dedicaram de geração em geração a confeccionar as peças, muitas vezes produzidas com pano ou papel laminado, o que não garantia uma boa durabilidade. Por isso, desenvolvi um modo de fazer no metal, com banho de ouro”, diz o artista. 

Foi a partir desta constatação que, em 1998, o artista plástico liderou um processo formativo em Sabará para ensinar um novo modo de fazer das palmas barrocas, ostentadas por um vaso de pedra sabão e por adornos de folhas e flores em metal, folheados a ouro. Em 2012, após o sucesso do projeto, a Prefeitura Municipal de Sabará registrou o modo de fazer da palma barroca como patrimônio do município.

“Todo o processo é muito simbólico. A palma é cortada na folha de cobre, para dar o efeito de pétalas de rosas, e tudo é feito com ferramentas do século XVII, são os ferros que herdei da minha mãe, relíquias. É um processo similar ao do período colonial. Por isso, é uma emoção tão grande ver as palmas barrocas que criei, e hoje são feitas por mulheres muito talentosas de Sabará, chegando ao Vaticano, nas mãos do Papa. É uma honra”, diz Helt.

* Com informações da Agência Minas

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