Para espantar a má-sorte, receitas que resistem ao tempo

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
13/06/2014 às 08:04.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:59
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Atire a primeira pedra quem nunca bateu na madeira para afastar o azar, colocou o Santo Antônio de cabeça para baixo a fim de conseguir um namorado ou desviou o caminho para não passar debaixo da escada. Coisa do passado? Não. Receitas (ou crenças) que passam de geração em geração para espantar a má-sorte. Nesta sexta-feira 13, é o dia mais emblemático quando o assunto é superstição. Coincidências à parte, é também dia do santo casamenteiro.   Aos 22 anos, a produtora de moda Ana Luiza Ballesteros tem um inseparável “kit sorte” há cerca de sete anos. Uma medalha de São Bento, herdada do pai, vai no pescoço; no pulso, um olho grego (talismã usado contra a inveja e o mau-olhado) e uma tatuagem que significa fazer com alma e com boa-fé, sem esperar nada em troca.   Ela jura de pé junto que o kit atrai energia positiva, diz que é mais crença do que superstição, mas deixa escapar rituais ensinados pela mãe e seguidos com fé. “Não deixo louça suja pro outro dia para não atrair energias ruins, e entro sempre com o pé direito nos lugares. Já virou hábito”.    Roupa branca na virada do ano com acessórios coloridos para trazer dinheiro, sorte, saúde e amor também estão no “cardápio” das mandingas amigas. Para hoje, ela ensina: “O segredo é mentalizar coisas boas”, o que, acaba admitindo, não deixa de ser superstição.   “Se a pessoa já começa a sexta-feira 13 receosa, as energias vão caminhar para o negativo. Viver com pensamento bom talvez seja o segredo”, diz.   Rendido aos ritos   O empresário Ralph Marcellini, de 36 anos, perdeu as contas de há quanto tempo se rendeu aos ritos que considera capazes de trazer bons fluidos, sobretudo no trabalho. Ele revela algumas curiosidades da numerologia, que reina absoluta quando o assunto é fazer escolhas.    Nas três casas em que é sócio – Clube Chalezinho, Na Sala e Clube Havanna – a soma dos preços dos cardápios dá sempre 8, assim como o número dos endereços, as datas escolhidas para inaugurações e grandes festas. “É o número da realização, do progresso”, justifica.    Na vida pessoal, para dar sorte ao time do coração e à Seleção Brasileira, o segredo é apostar em uma espécie de manto ou seria um uniforme? “Assisti a todos os jogos do Galo na Libertadores com a mesma camiseta, bem antiga. Deu certo”, diz, referindo-se à taça conquistada.    Para aproveitar a data, odiada por uns, ignorada por outros e amada por muitos, sobretudo por quem quer arranjar namorado ou marido, a comerciante Renata Passos, de 31 anos, ensina o truque para “desencalhar”. Há um ano, na preparação para subir ao altar, ela mandou bordar os nomes das 13 amigas solteiras no vestido de noiva. Tiro e queda. “Uma prima minha casou rapidinho”, garante.   E não para por aí. “Acho que sou mesmo supersticiosa. Não deixo beija-flor entrar em casa, nem chinelo virado com o solado para cima. Dizem que (isso) traz notícia ruim. Em todo caso, melhor evitar”, argumenta Renata, que assistirá a todos os jogos do Brasil na Copa do Mundo com a mesma roupa. “Calça verde, cachecol e camisa do Brasil. E vai dar certo”. Oxalá!

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