Para especialista, participação da sociedade pode definir impasse entre as categorias

Gabriela Sales - Hoje em Dia
29/08/2015 às 09:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:33
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

O envolvimento da sociedade nas discussões sobre a atuação de aplicativos como o Uber pode definir a polêmica que gira em torno do tema, segundo especialistas. Pela primeira vez, usuários da plataforma digital em Belo Horizonte participaram, nesta sexta-feira (28), de debates sobre o assunto, sinalizando apoio ao sistema.   A audiência pública, realizada na Assembleia Legislativa (ALMG), reuniu cerca de 2 mil pessoas, sendo 1,5 mil taxistas, de acordo com a segurança da Casa.   Com cartazes de apoio ao Uber, passageiros pediram a regulamentação do aplicativo. “A proibição vai na contramão da tecnologia e do nosso direito de escolha. Estamos em um país livre”, opinou o estudante Daniel Chaves, de 22 anos.   Coordenador do Instituto de Formação de Líderes (IFL) no Brasil, que trata sobre empreendedorismo, Bernardo Vidigal, afirma que as conversas sobre o Uber abordam a proibição. “Mas não se ouve a população. É um sistema novo que irá contribuir com a falta de táxi na cidade”.   Preferência   Enquete publicada no site da ALMG aponta que 76% dos internautas são contra a proibição do sistema no Estado. A pesquisa aborda a discussão do projeto de lei 2.676/2015, de autoria do deputado estadual Fred Costa, que prevê a proibição do uso de carros particulares cadastrados em aplicativos como o Uber para o transporte individual remunerado de passageiros.   Porém, durante a audiência, o parlamentar sinalizou para uma possível regulamentação da plataforma. “Os deputados estão divididos a respeito do tema. A tecnologia não pode ser ignorada, mas precisa de regulação”, esclareceu.   A tramitação da proposta de lei foi suspensa por uma semana, mas, de acordo com Fred Costa, voltou a ser analisada nesta sexta-feira (28) pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG.   Favorável às discussões, o diretor do Uber Brasil, Fábio Sabba, afirma que os debates são uma forma de ouvir a sociedade sobre o tema. “É um sistema privado que complementa o sistema de táxi. O serviço é bem aceito pela população, e por isso apoiamos a sua regulação”.   Pesquisa   Agentes da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) estão nas ruas da capital para traçar o perfil do usuário de táxi e do Uber na cidade. O questionário aborda temas como a região onde o entrevistado mora, a renda e a opinião dele sobre os dois serviços de transporte de passageiros.   A autarquia, no entanto, não informou quando a pesquisa foi iniciada nem quantas pessoas já foram ouvidas. O prazo para apresentar o resultado do levantamento também não foi divulgado.   Comissão   Em mais uma reunião da Comissão Especial criada no âmbito da Câmara Municipal para discutir a atuação do Uber em Belo Horizonte, foram sugeridas quatro propostas para a elaboração de um projeto de lei que integre o aplicativo ao sistema de táxi na capital.   Entre elas, de acordo com o vereador Wagner Messias, o Preto, a incorporação de 500 carros de luxo ao transporte de táxi e a inserção de novos veículos para taxistas auxiliares e motoristas do Uber. “Vamos analisá-las e, elaborado, o projeto será encaminhado para aprovação da prefeitura”. Os trabalhos da comissão devem ser concluídos em setembro.

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