A Polícia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata, investiga uma quadrilha que aplicava o “golpe do finan”, no qual carros eram financiados por meio de documentação falsa ou adulterada e revendidos a terceiros. Cinco pessoas da quadrilha já foram identificadas, e dos cinco automóveis que foram vendidos no esquema nos últimos meses, três já foram recuperados pela 1ª Delegacia de Polícia Civil.

Durante uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira (9), os delegados Eurico da Cunha Neto e José Márcio Carneiro, disseram que os integrantes da quadrilha identificados deverão ser indiciados ao término das investigações pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documentos públicos. “Se for confirmado que os veículos eram vendidos abaixo de seus valores de mercado e que os compradores tinham conhecimento do esquema, quem os adquiriu responderá também por receptação”, explica o delegado José Márcio.

Segundo as investigações, os carros eram comprados na cidade de Juiz de Fora e revendidos no Estado do Rio de Janeiro com documentos do automóvel falsos ou adulterados. “O esquema consistia em financiar veículos 0 Km junto a bancos ou financeiras da cidade, utilizando para isso de “laranjas” e documentos falsos ou adulterados (identidade de uma pessoa e CPF de outra, por exemplo) para a aquisição dos carros”, alerta o delegado.

Pagamento de valor menor

Segundo José Márcio, os golpistas pagavam apenas o valor mínimo para o financiamento e depois revendiam os automóveis bem abaixo de seu valor de mercado, deixando de pagar as prestações da transação e os impostos.

De acordo com o delegado Eurico, outras pessoas deverão ser identificadas ao longo das investigações. “Fomos procurados por um advogado que teve seu carro, um Mercedes-Benz, vendido dentro do esquema. Com as informações prestadas pela vítima conseguimos localizar o veículo com um empresário na cidade fluminense de Petrópolis e documentação falsificada”, recorda.

Uma loja de carros que funcionava na região Sul da cidade era responsável pelo esquema. O carro do advogado teria ficado no local para venda e, com o fechamento do estabelecimento e o não pagamento pela compra do Mercedes, foi possível detectar as fraudes. “Temos dois carros registrados em nome de um suspeito do Rio Grande do Norte e acreditamos que ele também possa ter sido vítima, estamos tentando contato com ele, mas ainda não foi possível localizá-lo", comenta o delegado José Márcio.

Em Juiz de Fora, um Citroën C3 e um Ford KA também foram localizados. A Polícia Civil está tentando acionar as financeiras lesadas para informá-las do golpe. Para o delegado José Márcio, os bancos demoram para perceber que foram vítimas de um crime, pois a falta de pagamento, a principio, induz a uma ação na esfera cível em desfavor do comprador. Só aí eles perceberão que este comprador não existe ou é um " laranja".

Outros dois veículos adquiridos da mesma forma já estão identificados, contudo ainda não foram localizados. " Aqueles que desejam adquirir veículos devem tomar algumas precauções para não se tornarem vítimas do golpe: informar-se sobre a idoneidade dos sócios da loja (no caso de agências); sobre a procedência do veículo e desconfiar sempre de valores muito abaixo da tabela de mercado; se possível, checar também os dados do vendedor do carro (CPF, RG, endereço etc), além disso ao comprar automóveis financiados é necessário consultar a financeira a respeito da situação do pagamento das prestações e dos valores", alerta Eurico.

Compartilhar