
Arbusto encontrado principalmente no Cerrado e na Mata Atlântica, o alecrim-do-campo é usado na recuperação de solos, no combate a doenças inflamatórias e até em rituais religiosos. Os benefícios ambientais e medicinais, além de curiosidades sobre a planta, foram catalogados por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da UFMG.
Diferente do outro alecrim usado na culinária, a espécie do campo pode chegar a 4 metros de altura, e tem sido estudada por cientistas de todo o mundo. Em Minas, o trabalho resultou na publicação de um livreto de 67 páginas, disponível em formato digital, que busca divulgar o conhecimento da flora brasileira.
A planta também é conhecida como alecrim dourado ou vassourinha. Ela produz muitas sementes que são espalhadas pelo vento, o que aumenta a germinação na natureza.
O alecrim-do-campo é utilizado por abelhas, que coletam as resinas para fabricação do chamado própolis verde. De acordo com o professor do ICB, Geraldo Wilson Fernandes, as abelhas colhem o néctar das plantas e produzem o própolis, que ajuda no fortalecimento do sistema imunológico e acelera a cicatrização de queimaduras e feridas.
“As abelhas usam o própolis para proteger as colmeias de invasores e microorganismos. Mas os usos do alecrim-do-campo são muito amplos, a planta em si tem uma quantidade de compostos químicos, que a gente brinca que tem propriedades mágicas”, conta Fernandes.
Entre as propriedades farmacológicas, destacam-se as antimicrobiana, anti-inflamatória, anticancerígena e de controle da hipertensão arterial. No mercado, as folhas do arbusto são usadas na formulação de antitranspirantes, cicatrizantes, no tratamento de diabetes e obesidade.
Tradição
Os pesquisadores também notaram traços tradicionais por trás do alecrim-do-campo. Conforme o professor da UFMG, algumas pessoas se acostumaram a passar a planta nas roupas e na pele para espantar insetos. “Hoje, sabemos que os óleos exalados pelas folhas repele carrapatos, pulgas e percevejos”, explica Geraldo Fernandes.
Nos rituais religiosos das culturas afro-brasileiras, a espécie é utilizada para banhos de descarrego, defumação e obrigações com os santos. Segundo os pesquisadores, na Umbanda, a planta é ligada aos orixás Xangô, Ogum, Omolu e Iemanjá. Já no Candomblé, à Oxalá e Oxóssi.
Leia mais: