Pesquisa vai retratar situação socioeconômica de trabalhadoras rurais mineiras

Hoje em Dia
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03/03/2017 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:47

Identificar as trajetórias de vida e a relação com a terra das mulheres mineiras que atuam no campo é o mote de uma pesquisa em andamento no Estado. A situação das trabalhadoras da zona rural estará presente em um diagnóstico desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (Seda) e pela Fundação João Pinheiro (FJP).

O estudo vai embasar futuras políticas públicas que atendam às necessidades deste público feminino. “Entendemos que é de fundamental importância a valorização da mulher e o fortalecimento dela no campo. É ela quem produz e, muitas vezes, está à frente da liderança do negócio”, enfatiza o secretário da Seda, Professor Neivaldo.

O diagnóstico vai permitir a criação de políticas públicas mais efetivas para as mulheres do campo. “A pesquisa vai mostrar quais funcionam ou não, e o que chega até essas mulheres. Com base nisso, o Estado poderá criar novas ações que sejam mais efetivas”, afirma a coordenadora do estudo, Marina Alves Amorim

Execução

A pesquisa está em andamento em duas frentes. Uma delas vai construir um retrato inicial da situação socioeconômica das trabalhadoras. Em seguida, o objetivo é verificar as lacunas identificadas.

“A pesquisa segue em execução. O trabalho de campo foi feito entre novembro e dezembro de 2016. As transcrições das entrevistas realizadas em campo foram feitas e revisadas”, destaca a pesquisadora do Centro de Estudos de Politicas Públicas da FJP e coordenadora da pesquisa, Marina Alves Amorim.

Outra frente é a construção de uma biografia coletiva de 12 mulheres do campo. Elas foram indicadas por movimentos, organizações ou redes que ajudam a compor a Articulação de Mulheres do Campo de Minas.

A trajetória de vida destas mulheres vai ser publicada em formato de um livro com um encarte contendo um vídeo e um conjunto de materiais didático-pedagógicos, com o intuito de dar visibilidade às mulheres pelo viés do trabalho.

O IMA trabalha sob a demanda de agricultores familiares que lidam com produtos de origem animal e têm interesse de regularizar a situação sanitária. O registro permite a venda em todo o Estado. Para conseguir a certificação, o trabalhador familiar precisa cumprir algumas exigências, que são vistoriadas pelo Instituto

Empreendedoras

Atualmente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) tem 214 agroindús-trias familiares cadastradas. “Quase todas as agroin-dústrias têm uma mulher envolvida. Se não é ela quem coloca a mão na massa, está envolvida como gestora”, explica o fiscal agropecuário do IMA, Andre Almeida Santos Duch.

Uma das produtoras rurais que conta com o apoio do Governo de Minas, por meio do IMA, é Denize Azevedo Viana. Em uma pequena propriedade em Vespasiano, na Grande BH, ela e o marido, Paulo Roberto Resende Viana, produzem queijo Minas Frescal.

“Eles inspecionam, veem o que precisa ser feito. O IMA está sempre presente. Tem um funcionário da agricultura familiar designado justamente para isso mesmo”, conta Denize.

Atualmente, a produção é de cerca de 100 queijos por dia – cada um pesa em média 500g. Depois de embalado, o queijo é enviado para as cidades de Lagoa Santa e Belo Horizonte, onde é vendido por R$ 30, em média. Parte da produção também é enviada para o Aeroporto Internacional de Confins, onde cada unidade é comercializada por R$ 59.

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